terça-feira, 29 de agosto de 2017

O amor de Deus lança fora o medo!

Por que temos medo?
Por que ele nos afronta arrebatando nossas forças, tornando-nos muitas vezes covardes?
A resposta é: em razão do pecado!
O medo entrou no coração e na alma do homem em consequência do pecado.
Antes de transgredir o mandamento de Deus, Adão apressava-se para entrar em SUA presença, assim como um filho corre para seu pai, porém no dia em que desobedeceu SUA ordem, Adão se escondeu da presença de Deus, pois sentiu medo.
Charles Haddon Spurgeon citou: “É o pecado, a consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes. O medo que causa a escravidão não teria nunca vindo ao nosso espírito se não tivéssemos, antes de tudo, transgredido a Sua Lei. Portanto, o pecado é a mãe do medo que nos atormenta.”
Esse pecado nos torna fracos, rouba nossas forças e nosso ânimo.
Ele impede que saiamos do lugar e cheguemos onde DEUS quer nos colocar.
Mas o Senhor, em SUA infinita misericórdia, nos encoraja dizendo: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Isaías 41:10)
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Romanos 8:31)  
Deus quer nos ensinar a vencer o medo!
Que possamos aprender com NOSSO PAI!

Abaixo seguem trechos do sermão: Lançai fora o medo pregado por Charles Haddon Spurgeon. O desejo do meu coração é que traga edificação para sua vida!

Lançai Fora o Medo
Publicado em 26 de janeiro de 2012
Sermão nº 930, pregado na noite de domingo de 10 de abril de 1870, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10.

Para quem são ditas estas palavras? Elas foram evidentemente ditas pelo profeta, em nome de Deus, para os escolhidos Dele. Leia o verso oito “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo.”

E novamente, no nono verso – “Tu és o meu servo, eu te escolhi.” Então, se você ou eu tivermos de encontrar qualquer coisa que seja graciosa e confortável aqui, ela virá a nós, não nas pisadas do mérito, mas sobre o terreno da Graça Soberana. Não será nossa porque nós escolhemos Cristo, mas porque Ele nos escolheu. Nosso Pai celestial tem nos abençoado com todas as bênçãos espirituais de acordo com a Sua escolha por nós em Cristo Jesus
desde antes da fundação do mundo. A escolha eterna é o poço do qual flui toda a nascente da misericórdia. Feliz és tu, minha alma, se a Divina Graça inscreveu seus nomes no livro eterno de Deus! Vocês podem vir a este texto como uma criança que vai à própria mesa de seu pai, e podem tirar dela toda forma de conforto para sustentar seu espírito.

O povo escolhido de Deus do passado foi separado para Ele próprio, e os chamou dentre todo o resto do mundo, e assim são eles agora.
Eles são um povo chamado pela Sua Graça especial – com um chamado gracioso ao qual eles não puderam resistir – e vieram imediatamente e se declararam do lado do Senhor.

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou.” (Romanos 8.29,30)

Se você é chamado, depende disso você ser escolhido. Eu não quero dizer se você é chamado no senso comum com o chamado universal do Evangelho, pois nesse sentido, “muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.” Mas eu quero dizer se você é efetivamente chamado, pessoalmente chamado, chamado pelo Espírito Santo, chamado como Maria foi quando Jesus disse a ela “Maria” – e essa voz graciosa atravessou a sua alma, e ela respondeu, dizendo a ele – “Mestre!”

Você já foi chamado ao ponto de abandonar tudo por Cristo, ou está disposto a fazer isso? Você abandonou seus antigos prazeres e suas antigas companhias? E agora é separado para Cristo? Oh, se isso aconteceu, não deixe que nada o impeça de aproveitar as riquezas desse texto, pois cada frase confortável dele pertence a você!
Ainda, além de nos ajudar a descobrir a quem este texto pertence, note que a pessoa aqui descrita é tida no verso oito como um “servo.” “Tu, ó Israel, servo meu” e no verso nove, “E a quem disse: Tu és o meu servo.” Agora, você é um servo de Deus, querido ouvinte? Um servo não faz a sua própria vontade.
Ele toma a sua orientação da boca de seu mestre e dos olhos de seu mestre. Você submeteu sua vontade à vontade de Deus? Não é mais governado por um espírito elevado e orgulhoso que chora, “Quem é o Senhor para que lhe ouça a voz? Você deseja saber qual é a vontade de Deus, e depois fazer apenas o que Ele propõe a você? Considera sua maior honra ser chamado servo de Cristo? É por Ele que você vive? É a Sua glória seu maior objetivo? Se sim, então vocês que estão dispostos a trabalhar podem vir e banquetear sobre o texto, pois cada doce palavra dessas pertencem à vocês, visto que vocês servem ao Senhor Jesus Cristo.

Mais uma palavra para ajudar você a ver se tem direito a essas promessas. Ele diz no verso nove “Eu te escolhi e não te rejeitei.”

Temos tanto a ser gratos, e muito em que nos regozijarmos, pois a perseverança é uma grande promessa e grande penhor da salvação final. “Ao vencedor, a coroa da vida.” E a nós, como temos visto até agora, pertencem as promessas do texto. Ele, que guardou vocês, meus irmãos e irmãs, até essa hora, propõe agora que venham e olhem para a melhor parte desse armário e tirem suas joias e usem-nas, para que vocês adornem cada vez mais a Sua doutrina. Em uma palavra, o texto pertence aos escolhidos de Deus. Aqueles que são Dele por terem sido separados do mundo – que são distinguidos pelo seu serviço prático de Deus – e que permanecem neste serviço. E pela Graça de Deus vão continuar nele mesmo até o final.

Vamos agora ao texto. Eu vou ler novamente. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Aqui está, em primeiro lugar, uma doença muito natural – o medo. Aqui está, em segundo lugar, um comando contra o medo – “Não temas”. E há, em terceiro lugar, a promessa de Deus em nos ajudar a superá-lo. E essa promessa é dada de três ou quatro maneiras para que nós possamos expulsar o medo com um chicote de várias correias.

Primeiramente, nós somos lembrados DE UMA DOENÇA MUITO COMUM ENTRE OS BONS HOMENS – MEDO E DESÂNIMO. Essa doença do medo veio ao coração do homem junto com o pecado. Adão nunca teve medo de Deus, até o dia em que descumpriu o Seu mandamento.

Quando o Senhor Deus caminhava no jardim na viração do dia, e Adão ouvia os passos do Todo Poderoso, ele apressava-se para entrar em comunhão com Deus, da mesma forma que uma criança querida fala com um pai amoroso.
Mas no momento em que ele tocou o fruto proibido, ele correu e se escondeu. E quando Deus disse “Onde estás, Adão?” Adão foi todo encolhido e trêmulo, pois ele estava com medo de Deus. É o pecado, a consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes. O medo que causa a escravidão não teria nunca vindo ao nosso espírito se nós não tivéssemos, antes de tudo, transgredido a Sua Lei. O pecado é a mãe do medo que nos atormenta.

E, irmãos, o medo permanece nos homens bons porque o pecado permanece neles. Se eles tivessem atingido a perfeição do amor, isso expulsaria o medo, pois o medo traz tormento. Mas, uma vez que a carne ainda está neles, e os desejos ainda se esforçam para comandar, até o mais santo dos povos de Deus fica, às vezes, aflito com os escárnios do filho da escrava. Mas a medida em que a Divina Graça cresce e aumenta em poder, o medo diminui.

De uma vez nos livrará de todo o pecado que nos habita – e nossos espíritos irão buscar a Deus como as faíscas procuram o sol.

O medo, vindo com o pecado, sendo sustentado por ele, logo encontra alimento com o qual viver. Deixe que o fiel olhe para dentro de si, e, meus irmãos, ele só precisa fazer isso por um momento para encontrar razões abundantes para temer. “Ah!” diz o Medo, enquanto olha para dentro do coração ainda propenso a vaguear “Eu não vou seguir o meu caminho.” “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para o pecado, “Eu vou tropeçar. Eu não vou perseverar até o fim.”

A Graça está ali, é verdade, mas o Medo cega a melhor natureza, e fixa seu olhar somente no corpo dessa morte.

Olhar para a velha natureza raramente é uma operação prazerosa, especialmente se esquecermos que ela foi crucificada com Cristo. Eu suponho que, se qualquer um de nós pudesse ver seu próprio coração da maneira como ele realmente é, enlouqueceria. Mas a Fé olha para todas as ruínas da Queda e acredita que o sangue de Cristo trará a vitória.

O Medo diz, “Um dia cairei nas mãos do inimigo. Um barco tão fraco como o meu nunca vai conter a enchente e resistir à tempestade, mas sim sofrer um naufrágio no fim de tudo.” E depois, meus irmãos, se o Medo encontrar alimento dentro, logo irá encontrar alimento fora. Às vezes é pobreza, às vezes é doença, às vezes é a recordação do passado e, tão frequentemente, temor do futuro. Até aqueles que têm fé em Deus podem ocasionalmente ser fracos o bastante para temer e desanimarem diante de circunstâncias comuns às quais deveriam ser indiferentes, ou superar por meio da fé.

Pessoas esmorecidas podem encontrar motivos para temer onde eles não existem. Certas pessoas são habilidosas na pesarosa capacidade de inventar problemas. Se o Senhor não as mandou nenhuma provação, elas criam uma para si mesmas. Elas têm uma pequena fábrica de problemas em casa, sentam e usam sua imaginação para meditar no terror.

Há mais presunção na incredulidade do que pode haver na fé. É uma presunção grosseira por parte de uma criança desacreditar nas palavras de seu pai. Não há nenhuma presunção na confiança de uma criança naquilo que
seu pai a diz. Ela está apenas cumprindo o seu dever. Para mim, aceitar as promessas puras de um Deus fiel e, a despeito de minha indignidade, ainda assim acreditar nelas é humildade.

Eu rogo-vos, que evitem a incredulidade que imita a humildade, e busquem essa fé inabalável, a qual é a verdadeira mansidão aos olhos de Deus!

O senhor Mente-Fraca nunca se tornará um Coração-Grande, mesmo se você alimentá-lo com o mais fino trigo. O senhor Pronto Para Parar nunca será tão
firme, ou correrá tão agilmente quanto o senhor Valente da Verdade – faça o que quiser com ele. Há algumas pessoas na família de Deus que são constitucionalmente fracas, e provavelmente nunca irão superar essa fraqueza até entrarem em descanso. Eu faria qualquer coisa que estivesse ao meu alcance para encorajar os amedrontados a se levantarem contra suas fraquezas.

Até daria apenas o suficiente do tônico da repreensão para fazê-los sentir que não é certo desacreditar, mas não gostaria de censurar tão severamente seu desânimo a ponto de fazê-los pensar que não são do povo de Deus.

Deus nos livre de sermos fortes e poderosos em nós mesmos. Mas ao mesmo tempo há vários males ligados ao medo, e cada filho de Deus deveria estar em guarda para expulsá-los.

Em todo caso, muito pode ser feito, despertando-nos a clamar ao Forte a força para superar nossa descrença. A tristeza não precisa ser perpétua em nós.

Mas há flores preciosas da Graça, as quais são regadas constantemente pelas lágrimas do sofrimento, mas parece-me que o orvalho da consolação alcançaria este propósito da mesma forma.
Que o Senhor possa visita-las, e trazê-las para fora da terrível cova e do terrível lodo. Que elas tenham bom ânimo, pois o Senhor diz a elas – “Não temas. Não te assombres.”

Que se relembre, antes de terminarmos este ponto, que até os mais fortes dos servos de Deus estão sujeitos ao medo. Às vezes, os mais dignos dos heróis do Senhor têm seus momentos de fraqueza.

Os melhores dos homens são apenas homens na melhor das hipóteses, e os mais fortes dos homens são fracos se a mão poderosa de Deus é afastada por um tempo.

Permitam-me dizer que há vezes em que o mais corajoso e o mais forte dariam tudo que têm pela menor evidência possível da Graça Divina. Eles se considerariam felizes por poderem rastejar aos pés da Cruz e dizer “Deus, sê propício a mim, pecador!

Apesar de terem sido abalados, nunca foram tirados de seu forte apego em Cristo. Embora possam ter tido alguns momentos de vacilo – ainda assim nunca ficaram desanimados a ponto de questionarem sua parte em Jesus. Eles se seguraram, e cantaram ano após ano, “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores.”

Vamos nos ocupar um pouco agora em considerar o MANDAMENTO DE DEUS CONTRA O MEDO. “Não temas. Não te assombres.” Este preceito é absoluto e indistinto – não devemos temer. Ele não diz “Tema bastante, mas não além disso,” mas dá uma exortação ilimitada, “Não temas.” Ele não diz “Não temas com tanta frequência,” mas, “Não temas.” É uma exortação sem tempo determinado, e por isso vale para todos os tempos.

Ele não diz “Não te assombres totalmente.” Não há advérbio qualificativo, mas isso significa “Não te assombres por nada.” Este mandamento, então, repreende o medo e proíbe o desânimo.

Por que os filhos de Deus não devem ter medo? Há várias razões que justificam o mandamento de Deus.

Primeiro, meus Irmãos, nós não devemos temer porque é pecaminoso. É comumente pecaminoso ter medo ou desânimo porque tal estado de espírito quase sempre é resultado da incredulidade. Vocês já pensaram em quão grande pecado é a incredulidade? Não é a incredulidade um forte ataque a Deus, um crime de traição contra Ele?

Todo homem de confiança sente que tem o direito de ser acreditado. Ele fala com a honra de um homem honesto, e se você diz “eu não acredito em você,” esse reflexo não atinge você, mas sim a pessoa em quem você não consegue acreditar.

E poderia acontecer isso, dos próprios filhos de Deus dizer que não acreditam Nele? Oh, é o pecado dos pecados!

Isso tira toda a divindade de Deus, pois se Ele não é sincero, não é Deus. E se não é próprio acreditar nele, não deve ser adorado – Você não pode adorar um Deus em quem não confia. Oh, traidor decida, você peca por não acreditar!

Oh, pecado assassino de Deus! Que possamos nos livrar dele, e não o achemos leve ou insignificante, mas o tiremos de nós assim como Paulo lançou a víbora ao fogo.

Dúvidas e medos também geram pecado. Assim é a descrença, ela traz centenas de outros pecados em suas costas. O homem que acredita em Deus lutará contra a tentação, mas o homem que não acredita Nele cairá em qualquer cilada.

A fé é o que segura o homem, da mesma forma que uma grande âncora segura um navio quando batem os ventos.

Acreditar que Deus não falhará com você o ajuda a desafiar a tentação. Agora veja como o homem de fé derrota o diabo! Para cada bem-aventurança que o pecado poderia trazer, a Graça Divina traz uma benção dez vezes maior – e assim a fé dá um xeque mate em Satã – e a tentação vai embora.

Não temam, pois isso machuca vocês. Nada pode te enfraquecer tanto, e te deixar tão infeliz quanto ser uma pessoa desconfiada. E isso não é pouca coisa, pois a alegria Cristã é fruto do Espírito, e quem a faz definhar, está roubando o Senhor da glória. Não está escrito “Regozijai-vos sempre”? O medo enfraquece a influência do Crente, e isso prejudica os outros. Convertidos não são trazidos a Cristo por cristãos que não creem. É a fé que ganha almas.

Agora, se um Cristão professo passando por uma provação age exatamente como um mundano, o homem do mundo toma lugar e diz “Não há nada na religião.” Mas, se no tempo da dificuldade, da aflição, da perda, a fé do homem Cristão o deixa feliz, resignado, contente com a vontade do Senhor – ora, até as mais grosseiras das mentes ímpias veem o poder da Graça Divina! E isso pode os levar a refletir, e se perguntarem “Se há Graça como esta no mundo, por que eu não deveria tê-la?” e talvez eles a busquem e encontrem. Oh, por amor a você, por amor aos seus vizinhos, por amor à Igreja, por amor ao mundo, por amor a Cristo, por amor a Deus – não temam – nem se desanimem!

Agora eu devo chegar ao coração e alma do texto – AS PROMESSAS QUE DEUS DÁ PARA PREVENIR O MEDO E O DESÂNIMO. Neste verso, você
encontra cinco vezes algumas formas do pronome “tu”, e cinco vezes o pronome “eu”. O que quer que haja vosso, deve haver ainda mais de Deus. O tanto que houver de sua fraqueza, deverá existir muito mais da força de Deus. Qualquer que seja a quantidade do seu pecado, deverá existir muito mais da misericórdia de Deus. Que o Espírito Santo revele aos seus corações toda a grandeza deste maravilhoso verso!

“Não temas, porque eu sou contigo.” Muitas vezes o homem teme, por medo da solidão. Não raro temos que estar sozinhos no serviço de Deus. A companhia cristã é um grande conforto, mas se um homem se torna um líder, ele se torna um espírito solitário em certo grau. Da mesma maneira, no sofrimento, há uma amargura com a qual nenhum estranho pode mediar. Uma parte da estrada para o Céu todo homem deve enfrentar sem nenhuma
companhia, senão a de seu Deus.

O Senhor dos exércitos é a melhor das companhias. Sua sociedade é o deleite dos anjos, e a felicidade dos espíritos glorificados. Seja grato, ó crente, por não estar sozinho. O Pai está com você, o Filho está com você, o Espírito Santo está com você, e o que isto significa? Significa que a Onipotência estará com você para ser a sua força! A Onisciência estará com você para ser a sua sabedoria! A imutabilidade estará com você para ser o seu auxílio – todos os atributos de Deus estarão com você para ser o seu tesouro. “Não temas, porque eu sou contigo.”

Outro medo atinge os homens, e consiste em se perder tudo que se tem no mundo. Eles sabem muito bem que se perderem suas propriedades, perderão seus amigos. Tal qual as andorinhas que chegam à primavera – e vão embora quando o verão termina – são os nossos amigos do mundo. Quando nossos bens vão embora, eles vão também. Mas aí vem a segunda promessa “Não te assombres, porque eu sou o teu Deus.” As aboboreiras de Jonas secaram, mas o Deus de Jonas não. Seus bens podem ir embora, mas o seu Deus não. Aqueles à sua volta podem roubar do seu dinheiro desperdiçado de conforto presente, mas o seu Deus, eles não podem tirar de você.

Essa foi uma doce palavra de um filho ao ver sua mãe mês após mês em suas roupas de viúva, sentada e chorando, porque seu marido morrera. “Mãe,” ele disse, “Deus está morto?” Ah, se nosso Deus estivesse morto, nós seríamos tristes órfãos! Mas enquanto soar o Livro precioso, e entrar em nossos corações através do Espírito Santo, “Não te assombres, porque eu sou o teu Deus,” estaremos seguros.

O tesouro do nosso Deus não tem profundidade. E enquanto você puder ouvir Deus dizer a você “Eu sou o seu Deus,” poderá rir da miséria, da angústia, da destruição e da fome. Para você, não faltará nenhuma coisa boa. Você será satisfeito, com tutano e gordura, e a sua boca O louvará com lábios alegres.

Outro medo que todo homem bom tem por vezes, a menos que ele seja sustentado pela fé, vem por um senso de fraqueza pessoal. “Eu tenho uma batalha para lutar, mas sou muito fraco. Tenho um trabalho para fazer para Deus antes de morrer, mas eu não tenho poder suficiente para fazê-lo.”
Agora, vem a próxima palavra do texto, “Eu te fortaleço.” A força com a qual eu preciso realizar meu trabalho não está em mim. Se estivesse, terminaria em mim. Eu sei, com tristeza, quão pequena força existe nesses braços. Mas não existe nenhum homem na Terra que possa me dizer quanta força Deus colocará, se assim Ele quiser, nestes mesmos braços!
Ele pode colocar a força de um gigante nos braços de uma criança, se assim quiser. Mas, meus irmãos, transfiram essa figura para força espiritual. Você tem o mandamento de Deus para pregar. Ah, seria apenas uma pregação pobre, se você a fizesse sozinho. Mas nenhuma língua pode dizer como Deus o fará pregar se Ele se agradar em ajuda-lo.

Havia um arbusto no deserto, nada de mais para se ver a não ser um arbusto. Mas, ah, como ele brilhou em esplendor quando Deus veio até ele, e ele entrou em chamas e, ainda assim, não foi consumido! Deus pode vir a você, meu irmão, e a você, minha irmã, e fazê-lo brilhar em glória como o arbusto em Horebe. Ele pode torna-lo tão forte, que poderá suportar qualquer coisa. Ele tem feito isso até agora. Se alguém tivesse lhe dito, anos atrás, que teria passado pelo seu último problema, você poderia ter dito “Eu nunca poderei suportar isto.” Mas suportou. “Ah,” a sua descrença teria dito “esta será a minha morte.” Mas não foi.

Agora, aqui vai uma palavra para os trabalhadores tímidos e fracos de Deus. “Eu te fortaleço.” Depois vem a próxima promessa consoladora, “E te ajudo.” Esta destina-se a contradizer o receio de que o socorro amigável falhará.

Reparem, pois, nesta palavra, “Eu te ajudo”. Eu não vou apenas dar força a vocês para lutarem sozinhos, mas colocarei a Minha força também em outros homens e em Minha providência para ajuda-lo. Bem, você sabe o quão decisiva é a ajuda de Deus.

Quando o Senhor nos dá um trabalho para fazer, nós ficamos felizes em fazê-lo. Mas nossa força não é suficiente ao trabalho, e então nós sentamos e choramos – e leva a isto – que nosso Pai bendito leva adiante o trabalho – e a nós também! E então está tudo feito, e feito gloriosamente. É uma ilustração simples, mas que confortará alguns corações desapontados.

A última palavra do texto é, “E te sustento com a minha destra fiel.” Vários dos filhos de Deus têm o medo de um dia desonrarem a Cruz de Cristo, e num momento de desatenção escorregar. Esse é um medo muito natural, e em alguns aspectos, um medo muito apropriado.

Nós achamos que a tentação só quer nos pegar no nosso ponto fraco, e depois acabar conosco. Mas agora, novamente, eu peço para que vocês se agarrem a esta Palavra preciosa, “Te sustento com a minha destra fiel.” É a mesma mão que segura às estrelas em seu lugar. É a mão que segura o arco do Céu sem colunas, que sustenta ambos mar e terra. Ela não poderia segurar você?

Descanse nisso, e você não será lançado fora! A Sua destra fiel é a mesma mão que nós tínhamos razões para temer, com a qual nosso Rei ofendido poderia nos ferir, pois nós merecíamos justamente a Sua ira. Mas desde que a mão de Cristo foi trespassada, a mão direita de Deus nunca feriu um Crente, a fim de destruí-lo. Essa mesma mão que deveria ter nos esmagado, está agora debaixo de nós para nos sustentar em todas as nossas aflições.

“Oh! Provai e vede que o Senhor é bom” (Salmos 34.8) Não meramente “veja” que Ele é bom enquanto você lê o texto, mas “prove” o texto. Deixe ele descansar no paladar de sua alma. Absorva para sua própria natureza.

Tente ver que é verdade, e verdade para você.

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”

Ele nunca falhará com você, e chegará o dia em que o Senhor o levará
desta terra de famintos para comer pão em Seu reino com o seu querido Filho.

Oh, meu querido Amigo, como eu desejo que você um dia tenha as promessas da Aliança para si mesmo! Se você acreditar de todo o coração, você terá. Confie em Jesus Cristo, e as promessas serão suas.

FONTE:
Traduzido de http://www.spurgeongems.org/vols1618/
chs930.pdf
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio
público
Sermão nº 930—Volume 16 do The Tabernacle MetropolitanPulpit,
Original em inglês: Away with Fear
Tradução: Maria Eduarda Lyra
Revisão: Daniel Campos
Prova e diagramação: Armando Marcos Pinto
Capa: Beatriz Rustiguel



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