Por
que temos medo?
Por
que ele nos afronta arrebatando nossas forças, tornando-nos muitas vezes
covardes?
A
resposta é: em razão do pecado!
O
medo entrou no coração e na alma do homem em consequência do pecado.
Antes
de transgredir o mandamento de Deus, Adão apressava-se para entrar em SUA presença,
assim como um filho corre para seu pai, porém no dia em que desobedeceu SUA
ordem, Adão se escondeu da presença de Deus, pois sentiu medo.
Charles
Haddon Spurgeon citou: “É o pecado, a
consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes. O medo que causa a escravidão
não teria nunca vindo ao nosso espírito se não tivéssemos, antes de tudo, transgredido
a Sua Lei. Portanto, o pecado é a mãe do
medo que nos atormenta.”
Esse
pecado nos torna fracos, rouba nossas forças e nosso ânimo.
Ele
impede que saiamos do lugar e cheguemos onde DEUS quer nos colocar.
Mas o
Senhor, em SUA infinita misericórdia, nos encoraja dizendo: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu
Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Isaías
41:10)
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Romanos
8:31)
Deus quer nos ensinar a
vencer o medo!
Que possamos aprender com NOSSO
PAI!
Abaixo seguem trechos do
sermão: Lançai fora o medo pregado
por Charles Haddon Spurgeon. O
desejo do meu coração é que traga edificação para sua vida!
Lançai
Fora o Medo
Publicado em 26 de
janeiro de 2012
Sermão
nº 930, pregado na noite de domingo de 10 de abril de 1870, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres
“Não temas, porque eu
sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te
ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10.
Para
quem são ditas estas palavras? Elas foram evidentemente ditas pelo profeta, em
nome de Deus, para os escolhidos Dele. Leia o verso oito “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão,
meu amigo.”
E
novamente, no nono verso – “Tu és o meu
servo, eu te escolhi.” Então, se você ou eu tivermos de encontrar qualquer
coisa que seja graciosa e confortável aqui, ela virá a nós, não nas pisadas do mérito,
mas sobre o terreno da Graça Soberana. Não será nossa porque nós escolhemos
Cristo, mas porque Ele nos escolheu. Nosso Pai celestial tem nos abençoado com
todas as bênçãos espirituais de acordo com a Sua escolha por nós em Cristo
Jesus
desde
antes da fundação do mundo. A escolha eterna é o poço do qual flui toda a
nascente da misericórdia. Feliz és tu, minha alma, se a Divina Graça inscreveu
seus nomes no livro eterno de Deus! Vocês podem vir a este texto como uma
criança que vai à própria mesa de seu pai, e podem tirar dela toda forma de
conforto para sustentar seu espírito.
O povo
escolhido de Deus do passado foi separado para Ele próprio, e os chamou dentre
todo o resto do mundo, e assim são eles agora.
Eles
são um povo chamado pela Sua Graça especial – com um chamado gracioso ao qual
eles não puderam resistir – e vieram imediatamente e se declararam do lado do
Senhor.
“Porquanto aos que de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também
chamou.” (Romanos 8.29,30)
Se
você é chamado, depende disso você ser escolhido. Eu não quero dizer se você é
chamado no senso comum com o chamado universal do Evangelho, pois nesse sentido,
“muitos são chamados, mas poucos são
escolhidos.” Mas eu quero dizer se você é efetivamente chamado, pessoalmente chamado, chamado pelo Espírito Santo, chamado como Maria
foi quando Jesus disse a ela “Maria” – e essa voz graciosa atravessou a sua
alma, e ela respondeu, dizendo a ele – “Mestre!”
Você
já foi chamado ao ponto de abandonar tudo por Cristo, ou está disposto a fazer
isso? Você abandonou seus antigos prazeres e suas antigas companhias? E agora é
separado para Cristo? Oh, se isso aconteceu, não deixe que nada o impeça de
aproveitar as riquezas desse texto, pois cada frase confortável dele pertence a
você!
Ainda,
além de nos ajudar a descobrir a quem este texto pertence, note que a pessoa
aqui descrita é tida no verso oito como um “servo.” “Tu, ó Israel, servo meu” e
no verso nove, “E a quem disse: Tu és o meu servo.” Agora, você é um servo de
Deus, querido ouvinte? Um servo não faz a sua própria vontade.
Ele
toma a sua orientação da boca de seu mestre e dos olhos de seu mestre. Você submeteu
sua vontade à vontade de Deus? Não é mais governado por um espírito elevado e orgulhoso
que chora, “Quem é o Senhor para que lhe ouça a voz? Você deseja saber qual é a
vontade de Deus, e depois fazer apenas o que Ele propõe a você? Considera sua
maior honra ser chamado servo de Cristo? É por Ele que você vive? É a Sua glória
seu maior objetivo? Se sim, então vocês que estão dispostos a trabalhar podem
vir e banquetear sobre o texto, pois cada doce palavra dessas pertencem à
vocês, visto que vocês servem ao Senhor Jesus Cristo.
Mais
uma palavra para ajudar você a ver se tem direito a essas promessas. Ele diz no
verso nove “Eu te escolhi e não te
rejeitei.”
Temos
tanto a ser gratos, e muito em que nos regozijarmos, pois a perseverança é uma grande promessa e grande penhor da salvação final.
“Ao vencedor, a coroa da vida.” E a
nós, como temos visto até agora, pertencem as promessas do texto. Ele, que guardou
vocês, meus irmãos e irmãs, até essa hora, propõe agora que venham e olhem para
a melhor parte desse armário e tirem suas joias e usem-nas, para que vocês
adornem cada vez mais a Sua doutrina. Em uma palavra, o texto pertence aos
escolhidos de Deus. Aqueles que são Dele por terem sido separados do mundo –
que são distinguidos pelo seu serviço prático de Deus – e que permanecem neste
serviço. E pela Graça de Deus vão continuar nele mesmo até o final.
Vamos
agora ao texto. Eu vou ler novamente. “Não
temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te
fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Aqui está,
em primeiro lugar, uma doença muito
natural – o medo. Aqui está, em segundo lugar, um comando contra o medo – “Não
temas”. E há, em
terceiro lugar, a
promessa de Deus em nos ajudar a superá-lo. E essa promessa é dada de três ou quatro maneiras para que
nós possamos expulsar o medo com um chicote de várias correias.
Primeiramente,
nós somos lembrados DE UMA DOENÇA MUITO COMUM ENTRE OS BONS HOMENS – MEDO E
DESÂNIMO. Essa doença do medo veio ao
coração do homem junto com o pecado. Adão nunca teve medo de Deus, até o
dia em que descumpriu o Seu mandamento.
Quando
o Senhor Deus caminhava no jardim na viração do dia, e Adão ouvia os passos do
Todo Poderoso, ele apressava-se para entrar em comunhão com Deus, da mesma
forma que uma criança querida fala com um pai amoroso.
Mas
no momento em que ele tocou o fruto proibido, ele correu e se escondeu. E
quando Deus disse “Onde estás, Adão?” Adão foi todo encolhido e trêmulo, pois ele
estava com medo de Deus. É o pecado, a
consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes. O medo que causa a escravidão
não teria nunca vindo ao nosso espírito se nós não tivéssemos, antes de tudo,
transgredido a Sua Lei. O pecado é a mãe
do medo que nos atormenta.
E,
irmãos, o medo permanece nos homens bons porque o pecado permanece neles. Se
eles tivessem atingido a perfeição do amor, isso expulsaria o medo, pois o medo
traz tormento. Mas, uma vez que a carne ainda está neles, e os desejos ainda se
esforçam para comandar, até o mais santo dos povos de Deus fica, às vezes, aflito
com os escárnios do filho da escrava. Mas a medida em que a Divina Graça cresce
e aumenta em poder, o medo diminui.
De uma vez nos livrará de todo o pecado que
nos habita – e nossos espíritos irão buscar a Deus como as faíscas procuram o
sol.
O medo,
vindo com o pecado, sendo sustentado por ele, logo encontra alimento com o qual
viver. Deixe que o fiel olhe para dentro de si, e, meus irmãos, ele só precisa
fazer isso por um momento para encontrar razões abundantes para temer. “Ah!”
diz o Medo, enquanto olha para dentro do coração ainda propenso a vaguear “Eu
não vou seguir o meu caminho.” “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para o pecado,
“Eu vou tropeçar. Eu não vou perseverar até o fim.”
A Graça está ali, é verdade, mas o Medo cega
a melhor natureza, e fixa seu olhar somente no corpo dessa morte.
Olhar
para a velha natureza raramente é uma operação prazerosa, especialmente se esquecermos
que ela foi crucificada com Cristo. Eu suponho que, se qualquer um de nós pudesse
ver seu próprio coração da maneira como ele realmente é, enlouqueceria. Mas a Fé olha para todas as ruínas da Queda
e acredita que o sangue de Cristo trará a vitória.
O
Medo diz, “Um dia cairei nas mãos do inimigo. Um barco tão fraco como o meu
nunca vai conter a enchente e resistir à tempestade, mas sim sofrer um naufrágio
no fim de tudo.” E depois, meus irmãos,
se o Medo encontrar alimento dentro, logo irá encontrar alimento fora. Às
vezes é pobreza, às vezes é doença, às vezes é a recordação do passado e, tão
frequentemente, temor do futuro. Até aqueles que têm fé em Deus podem
ocasionalmente ser fracos o bastante para temer e desanimarem diante de circunstâncias
comuns às quais deveriam ser indiferentes, ou superar por meio da fé.
Pessoas esmorecidas podem encontrar motivos
para temer onde eles não existem. Certas
pessoas são habilidosas na pesarosa capacidade de inventar problemas. Se o
Senhor não as mandou nenhuma provação, elas criam uma para si mesmas. Elas têm
uma pequena fábrica de problemas em casa, sentam e usam sua imaginação para
meditar no terror.
Há mais presunção na incredulidade do que
pode haver na fé. É uma presunção grosseira por parte de uma
criança desacreditar nas palavras de seu pai. Não há nenhuma presunção na
confiança de uma criança naquilo que
seu
pai a diz. Ela está apenas cumprindo o seu dever. Para mim, aceitar as promessas puras de um Deus fiel e, a despeito de
minha indignidade, ainda assim acreditar nelas é humildade.
Eu rogo-vos, que evitem a incredulidade que
imita a humildade, e busquem essa fé inabalável, a qual é a verdadeira mansidão
aos olhos de Deus!
O
senhor Mente-Fraca nunca se tornará um Coração-Grande, mesmo se você alimentá-lo
com o mais fino trigo. O senhor Pronto Para Parar nunca será tão
firme,
ou correrá tão agilmente quanto o senhor Valente da Verdade – faça o que quiser
com ele. Há algumas pessoas na família de Deus que são constitucionalmente
fracas, e provavelmente nunca irão superar essa fraqueza até entrarem em
descanso. Eu faria qualquer coisa que estivesse ao meu alcance para encorajar
os amedrontados a se levantarem contra suas fraquezas.
Até
daria apenas o suficiente do tônico da repreensão para fazê-los sentir que não
é certo desacreditar, mas não gostaria de censurar tão severamente seu desânimo
a ponto de fazê-los pensar que não são do povo de Deus.
Deus nos livre de sermos fortes e poderosos em nós mesmos. Mas ao mesmo tempo há
vários males ligados ao medo, e cada filho de Deus deveria estar em guarda
para expulsá-los.
Em todo
caso, muito pode ser feito, despertando-nos a clamar ao Forte a força para
superar nossa descrença. A tristeza não precisa ser perpétua em nós.
Mas há
flores preciosas da Graça, as quais são regadas constantemente pelas lágrimas
do sofrimento, mas parece-me que o orvalho da consolação alcançaria este
propósito da mesma forma.
Que o
Senhor possa visita-las, e trazê-las para fora da terrível cova e do terrível
lodo. Que elas tenham bom ânimo, pois o Senhor diz a elas – “Não temas. Não te assombres.”
Que
se relembre, antes de terminarmos este ponto, que até os mais fortes dos servos de Deus estão sujeitos ao medo. Às
vezes, os mais dignos dos heróis do Senhor têm seus momentos de fraqueza.
Os
melhores dos homens são apenas homens na melhor das hipóteses, e os mais fortes
dos homens são fracos se a mão poderosa de Deus é afastada por um tempo.
Permitam-me
dizer que há vezes em que o mais corajoso e o mais forte dariam tudo que têm pela
menor evidência possível da Graça Divina. Eles se considerariam felizes por
poderem rastejar aos pés da Cruz e dizer “Deus, sê propício a mim, pecador!
Apesar
de terem sido abalados, nunca foram tirados de seu forte apego em Cristo. Embora
possam ter tido alguns momentos de vacilo – ainda assim nunca ficaram desanimados
a ponto de questionarem sua parte em Jesus. Eles se seguraram, e cantaram ano
após ano, “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei
e entoarei louvores.”
Vamos
nos ocupar um pouco agora em considerar o MANDAMENTO DE DEUS CONTRA O MEDO.
“Não temas. Não te assombres.” Este preceito é absoluto e indistinto – não
devemos temer. Ele não diz “Tema bastante, mas não além disso,” mas dá uma
exortação ilimitada, “Não temas.” Ele
não diz “Não temas com tanta frequência,” mas, “Não temas.” É uma exortação
sem tempo determinado, e por isso vale para todos os tempos.
Ele
não diz “Não te assombres totalmente.” Não há advérbio qualificativo, mas isso significa
“Não te assombres por nada.” Este mandamento, então, repreende o medo e proíbe
o desânimo.
Por
que os filhos de Deus não devem ter medo? Há várias razões que justificam o
mandamento de Deus.
Primeiro,
meus Irmãos, nós não devemos temer porque é pecaminoso. É
comumente pecaminoso ter medo ou desânimo porque tal estado de espírito quase sempre é
resultado da incredulidade. Vocês já pensaram em quão grande pecado é a incredulidade?
Não é a incredulidade um forte ataque a Deus, um crime de traição
contra Ele?
Todo
homem de confiança sente que tem o direito de ser acreditado. Ele fala com a honra
de um homem honesto, e se você diz “eu não acredito em você,” esse reflexo não
atinge você, mas sim a pessoa em quem você não consegue acreditar.
E
poderia acontecer isso, dos próprios filhos de Deus dizer que não acreditam
Nele? Oh, é o pecado dos pecados!
Isso
tira toda a divindade de Deus, pois se Ele não é sincero, não é Deus. E se não
é próprio acreditar nele, não deve ser adorado – Você não pode adorar um Deus em quem não confia. Oh, traidor
decida, você peca por não acreditar!
Oh,
pecado assassino de Deus! Que possamos nos livrar dele, e não o achemos leve ou
insignificante, mas o tiremos de nós assim como Paulo lançou a víbora ao fogo.
Dúvidas
e medos também geram pecado. Assim é a descrença, ela traz centenas de outros pecados
em suas costas. O homem que acredita em Deus lutará contra a tentação, mas o
homem que não acredita Nele cairá em qualquer cilada.
A fé é o que segura o homem, da mesma forma
que uma grande âncora segura um navio quando batem os ventos.
Acreditar
que Deus não falhará com você o ajuda a desafiar a tentação. Agora veja como o
homem de fé derrota o diabo! Para cada bem-aventurança que o pecado poderia
trazer, a Graça Divina traz uma benção dez vezes maior – e assim a fé dá um
xeque mate em Satã – e a tentação vai embora.
Não temam, pois isso machuca vocês. Nada pode te enfraquecer tanto, e te deixar tão infeliz
quanto ser uma pessoa desconfiada. E isso não é pouca coisa, pois a alegria
Cristã é fruto do Espírito, e quem a faz definhar, está roubando o Senhor da
glória. Não está escrito “Regozijai-vos sempre”? O medo enfraquece a influência do Crente, e isso prejudica os outros.
Convertidos não são trazidos a Cristo por cristãos que não creem. É a fé que ganha almas.
Agora,
se um Cristão professo passando por uma provação age exatamente como um mundano,
o homem do mundo toma lugar e diz “Não há nada na religião.” Mas, se no tempo da dificuldade, da aflição,
da perda, a fé do homem Cristão o deixa feliz, resignado, contente com a
vontade do Senhor – ora, até as mais grosseiras das mentes ímpias veem o poder da
Graça Divina! E isso pode os levar a refletir, e se perguntarem “Se há
Graça como esta no mundo, por que eu não deveria tê-la?” e talvez eles a
busquem e encontrem. Oh, por amor a você, por amor aos seus vizinhos, por amor
à Igreja, por amor ao mundo, por amor a Cristo, por amor a Deus – não temam –
nem se desanimem!
Agora
eu devo chegar ao coração e alma do texto – AS PROMESSAS QUE DEUS DÁ PARA
PREVENIR O MEDO E O DESÂNIMO. Neste verso, você
encontra
cinco vezes algumas formas do pronome “tu”, e cinco vezes o pronome “eu”. O que quer que haja vosso, deve haver ainda
mais de Deus. O tanto que houver de
sua fraqueza, deverá existir muito mais da força de Deus. Qualquer que seja a quantidade do seu
pecado, deverá existir muito mais da misericórdia de Deus. Que o Espírito
Santo revele aos seus corações toda a grandeza deste maravilhoso verso!
“Não temas, porque eu sou contigo.” Muitas vezes o homem teme, por medo da solidão. Não raro
temos que estar sozinhos no serviço de Deus. A companhia cristã é um grande
conforto, mas se um homem se torna um líder, ele se torna um espírito solitário
em certo grau. Da mesma maneira, no sofrimento, há uma amargura com a qual
nenhum estranho pode mediar. Uma parte
da estrada para o Céu todo homem deve enfrentar sem nenhuma
companhia, senão a de seu Deus.
O
Senhor dos exércitos é a melhor das companhias. Sua sociedade é o deleite dos
anjos, e a felicidade dos espíritos glorificados. Seja grato, ó crente, por não
estar sozinho. O Pai está com você, o
Filho está com você, o Espírito Santo está com você, e o que isto significa? Significa que a Onipotência estará com você
para ser a sua força! A Onisciência estará com você para ser a sua sabedoria!
A imutabilidade estará com você para ser
o seu auxílio – todos os atributos de Deus estarão com você para ser o seu
tesouro. “Não temas, porque eu sou contigo.”
Outro
medo atinge os homens, e consiste em se perder tudo que se tem no mundo.
Eles sabem muito bem que se perderem suas propriedades, perderão seus amigos. Tal qual
as andorinhas que chegam à primavera – e vão embora quando o verão termina
– são os nossos amigos do mundo. Quando nossos bens vão embora, eles
vão também. Mas aí vem a segunda promessa “Não te assombres,
porque eu sou o teu Deus.” As aboboreiras de Jonas secaram,
mas o Deus de Jonas não. Seus bens podem
ir embora, mas o seu Deus não. Aqueles à sua volta podem roubar do seu dinheiro
desperdiçado de conforto presente, mas o seu Deus, eles não podem tirar de
você.
Essa
foi uma doce palavra de um filho ao ver sua mãe mês após mês em suas roupas de
viúva, sentada e chorando, porque seu marido morrera. “Mãe,” ele disse, “Deus
está morto?” Ah, se nosso Deus estivesse morto, nós seríamos tristes órfãos!
Mas enquanto soar o Livro precioso, e entrar em nossos corações através do Espírito
Santo, “Não te assombres, porque eu sou o teu Deus,” estaremos seguros.
O
tesouro do nosso Deus não tem profundidade. E enquanto você puder ouvir Deus dizer
a você “Eu sou o seu Deus,” poderá rir da miséria, da angústia, da destruição e
da fome. Para você, não faltará nenhuma coisa boa. Você será satisfeito, com tutano
e gordura, e a sua boca O louvará com lábios alegres.
Outro medo que todo homem bom tem por vezes,
a menos que ele seja sustentado pela fé, vem por um senso de
fraqueza pessoal. “Eu tenho uma batalha
para lutar, mas sou muito fraco. Tenho um trabalho para fazer para Deus antes
de morrer, mas eu não tenho poder suficiente para fazê-lo.”
Agora,
vem a próxima palavra do texto, “Eu te fortaleço.” A força com a qual eu preciso realizar meu trabalho não está em mim. Se
estivesse, terminaria em mim. Eu sei, com tristeza, quão pequena força existe
nesses braços. Mas não existe nenhum homem na Terra que possa me dizer quanta força
Deus colocará, se assim Ele quiser, nestes mesmos braços!
Ele
pode colocar a força de um gigante nos braços de uma criança, se assim quiser.
Mas, meus irmãos, transfiram essa figura para força espiritual. Você tem o mandamento de Deus para pregar. Ah, seria
apenas uma pregação pobre, se você a fizesse sozinho. Mas nenhuma língua pode
dizer como Deus o fará pregar se Ele se agradar em ajuda-lo.
Havia
um arbusto no deserto, nada de mais para se ver a não ser um arbusto. Mas, ah,
como ele brilhou em esplendor quando Deus veio até ele, e ele entrou em chamas
e, ainda assim, não foi consumido! Deus
pode vir a você, meu irmão, e a você, minha irmã, e fazê-lo brilhar em glória
como o arbusto em Horebe. Ele pode torna-lo tão forte, que poderá suportar
qualquer coisa. Ele tem feito isso até agora. Se alguém tivesse lhe dito, anos atrás, que teria passado pelo seu
último problema, você poderia ter dito “Eu nunca poderei suportar isto.” Mas suportou.
“Ah,” a sua descrença teria dito “esta será a minha morte.” Mas não foi.
Agora,
aqui vai uma palavra para os trabalhadores tímidos e fracos de Deus. “Eu te
fortaleço.” Depois vem a próxima promessa consoladora, “E te ajudo.” Esta
destina-se a contradizer o
receio de que o socorro amigável falhará.
Reparem,
pois, nesta palavra, “Eu te ajudo”. Eu
não vou apenas dar força a vocês para lutarem sozinhos, mas colocarei a Minha força
também em outros homens e em Minha providência para ajuda-lo. Bem, você
sabe o quão decisiva é a ajuda de Deus.
Quando
o Senhor nos dá um trabalho para fazer, nós ficamos felizes em fazê-lo. Mas
nossa força não é suficiente ao trabalho, e então nós sentamos e choramos – e
leva a isto – que nosso Pai bendito leva adiante o trabalho – e a nós também! E
então está tudo feito, e feito gloriosamente. É uma ilustração simples, mas que
confortará alguns corações desapontados.
A
última palavra do texto é, “E te sustento com a minha destra fiel.” Vários dos
filhos de Deus têm o medo de um dia desonrarem a Cruz de Cristo, e num momento
de desatenção escorregar. Esse é um medo muito natural, e em alguns aspectos,
um medo muito apropriado.
Nós
achamos que a tentação só quer nos pegar no nosso ponto fraco, e depois acabar
conosco. Mas agora, novamente, eu peço para que vocês se agarrem a esta Palavra
preciosa, “Te sustento com a minha
destra fiel.” É a mesma mão que segura às estrelas em seu lugar. É a mão que
segura o arco do Céu sem colunas, que sustenta ambos mar e terra. Ela não
poderia segurar você?
Descanse
nisso, e você não será lançado fora! A Sua destra fiel é a mesma mão que nós
tínhamos razões para temer, com a qual nosso Rei ofendido poderia nos ferir,
pois nós merecíamos justamente a Sua ira. Mas desde que a mão de Cristo foi trespassada,
a mão direita de Deus nunca feriu um Crente, a fim de destruí-lo. Essa mesma
mão que deveria ter nos esmagado, está agora debaixo de nós para
nos sustentar em todas as nossas aflições.
“Oh! Provai e vede que o Senhor é bom”
(Salmos 34.8) Não meramente “veja” que Ele é bom enquanto
você lê o texto, mas “prove” o texto. Deixe
ele descansar no paladar de sua alma. Absorva para sua própria natureza.
Tente ver que é verdade, e verdade para você.
“Não temas, porque eu sou contigo; não te
assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento
com a minha destra fiel.”
Ele nunca falhará com você, e chegará o dia
em que o Senhor o levará
desta terra de famintos para comer pão em Seu
reino com o seu querido Filho.
Oh,
meu querido Amigo, como eu desejo que você um dia tenha as promessas da Aliança
para si mesmo! Se você acreditar de todo o coração, você terá. Confie em Jesus
Cristo, e as promessas serão suas.
FONTE:
Traduzido
de http://www.spurgeongems.org/vols1618/
chs930.pdf
Todo
direito de tradução protegido por lei internacional de domínio
público
Sermão
nº 930—Volume 16 do The Tabernacle
MetropolitanPulpit,
Original em inglês: Away with Fear
Tradução:
Maria Eduarda Lyra
Revisão:
Daniel Campos
Prova
e diagramação: Armando Marcos Pinto
Capa:
Beatriz Rustiguel
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