Oração é uma conversa entre você e Deus, assim como você faz com um amigo íntimo ou com seus pais. Seus olhos carnais podem
não vê-lo, mas seu coração tem certeza que ELE lhe ouve, entende e lhe ajudará. Pode
ser que não venha uma resposta imediata, ou talvez sim, porém o mais importante
é que ELE se importa com o que você sente e sempre estará disponível quando precisar..
O momento certo para conversar com Deus é aquele em que seu
coração estiver disposto a se aproximar DELE.Quando você percebe que não é digno de receber seu perdão e amor pois você errou, mas que a Graça DELE lhe concede esse favor imerecido.
Enquanto JESUS esteve entre os homens incentivou-os a orar
sempre.
Isso significa que você não deve falar com Deus apenas quando
estiver com problemas. Sim, esse é um
ótimo motivo para orar, mas não é apenas nesses momentos que se deve buscar
contato com DEUS. Você deve orar SEMPRE, inclusive nos momentos de alegria,
quando existem muitas razões para agradecer. A oração deve ser um hábito tão
frequente que você deve não conseguir viver
sem ela. Isso não quer dizer que deva ser uma obrigação, mas sim um desejo do
coração.
A bíblia incentiva a orar em tempo e fora de tempo. Você tem
orado constantemente ou desanimou pela suposta demora em ver realizado o desejo do seu coração?
Quanto tempo você tem orado por uma benção especial? Confia que Deus pode entregá-la a você? Analisando
suas atitudes, responda a si mesmo com sinceridade: Você se interessa pelo que
Deus pode lhe dar, ou por quem ELE é?
Você se importa com o Reino de Deus? Faz parte dos seus
planos trazer alegria ao coração DELE? Se preocupa com o que ELE deseja, ou com os sonhos do
coração DELE?
Quais têm sido seus motivos para orar? Seus próprios
problemas e desejos ou permitiu ao seu coração ter compaixão de alguém e rogar
ao PAI para que alcance essa pessoa?
JESUS CRISTO deu o melhor exemplo de alguém que sabia o
valor da oração e de como ela deve ser apresentada ao Pai.
Charles Haddon Spurgeon em uma de suas mensagens relata com
profundidade o sentido da oração.
E dizia
Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas
vestes, lançaram sortes – (Lucas 23.34)
Nosso Senhor estava sofrendo
naquele momento as primeiras dores da crucificação, os carrascos tinham acabado
de pregar suas mão e pés na cruz com pregos. Além disso, Ele devia estar
tremendamente cansado e reduzido a uma condição de extrema debilidade pela
agonia da noite no Getesêmani, pelos açoites, ofensas e insultos que tinha
recebido de Caifás, Pilatos, Herodes e dos guardas pretorianos durante toda
aquela manhã. No entanto, nem a fraqueza do que havia passado, nem a dor do
presente o impediram de continuar em oração. O Cordeiro de Deus guardava silêncio
com os homens, mas não com Deus. Mudo como uma ovelha diante dos seus
tosquiadores, ELE não tinha nenhuma palavra para dizer em defesa própria diante
de homem algum, mas continuava clamando a Seu Pai em Seu coração, pois nem a
dor e a debilidade puderam calar Suas santas súplicas.
Amados,
que grande exemplo nos apresenta nosso Senhor neste ponto! Temos de continuar
orando enquanto nosso coração continuar batendo. Nenhum sofrimento, por maior
que seja, deve nos separar do trono da graça, mas deve nos aproximar mais dele.
Parar de orar é renunciar as
consolações que nosso caso requer. Em todas as tribulações do espírito e
opressões do coração, grande Deus, ajude-nos a continuar orando, e que nossos
pés não se afastem do propiciatório levados pelo desespero.
Nosso bendito Redentor perseverou
em oração quando o ferro cruel rasgava seus nervos sensíveis e os repetidos
golpes do martelo abalavam todo Seu corpo em agonia. Essa perseverança é
explicada pelo fato dEle ter um hábito tão profundo de orar que não podia
deixar de fazê-lo. Ele havia adquirido uma poderosa constância na intercessão
que o impedia de desistir ou parar. As longas noites que Ele havia passado nas
colinas frias da montanha em solidão, as abundantes palavras que elevava ao
céu, desenvolveram nEle um hábito tão enraizado que nem mesmo os mais severos
tormentos podiam sua força deter.
No entanto, era algo mais que um
hábito. Nosso Senhor batizado no espírito de oração, vivia nesse Espírito e
esse Espírito vivia nele, chegando a ser um elemento de Sua Natureza. ELE era
como uma especiaria preciosa que ao ser ferida, não deixa de exalar seu perfume
e o produz em maior abundância a medida que os golpes aumentam, pois sua
fragrância não é uma qualidade externa e superficial, mas uma virtude interior
e essencial da sua natureza, que é revelada mais e mais pelos golpes sobre seu
corpo e que revelam a secreta doçura de sua alma.
Como um
feixe de mirra produz seu aroma e como os pássaros cantam porque não podem
fazer outra coisa, assim também Jesus ora. A oração cobria sua própria alma
como se fosse um manto, e seu coração parece vestido dessa maneira.
Não devemos cessar de orar nunca,
em nenhuma circunstância, por mais severa que seja a tribulação ou por mais
deprimente que seja uma dificuldade.
Além disso, prestem atenção na
oração que estamos considerando, que nosso Senhor permanece na força da fé no
que diz respeito a sua condição de Filho. A extrema prova que lhe acometia
naquele instante não podia impedir de se apegar firmemente a Sua condição de
Filho. Sua oração começa assim: “Pai”. Não foi desprovido de significado que
Ele nos ensinou a dizer quando orarmos: “Pai nosso”, pois nossa vitória na
oração dependerá muito de nossa confiança em nosso relacionamento com Deus. Sob
o peso enorme de grandes perdas e cruzes, somos inclinados a pensar que Deus
não está tratando conosco como um pai para com seu filho, mas como um juiz severo
com um criminoso condenado. Porém o clamor de Cristo quando é conduzido a
extrema dor que nós nunca experimentaremos, não mostra nenhuma hesitação no
espírito de sua condição de Filho.
Que o
Espírito que clama: “Abba, Pai!”, expulse todo medo incrédulo. Quando somos
disciplinados, como temos de ser ( “porque que filho há a quem o pai não
disciplina?), que possamos estar em amorosa sujeição ao Pai de nossos espíritos, para que não venhamos a duvidar de nossa
adoção.
Mais
notável porém, é o fato de que a oração de nosso Senhor a Seu Pai não pedia
nada para si mesmo. É certo que na cruz Ele continuou orando por si mesmo, e
que derramou Sua palavra de lamento: “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” Mas antes de pronunciar qualquer palavra em socorro próprio, Ele
disse: “Pai, perdoa-lhes.” A petição é inteiramente para os outros, e embora se
ache uma alusão às atrocidades que lhe estavam impondo, no entanto, você notará
que Ele não diz: “Eu os perdoo” – não podemos perder de vista aqui o fato de
que em Sua mente o Mal que estava sendo feito era ao Pai, o insulto que estavam
lançando era sobre o Pai na Pessoa de Seu
Filho, ou seja, não pensava em si mesmo nem nisso. O clamor: “Pai, perdoa-lhes”
é completamente desinteressado. Ele mesmo é na oração como se não fosse, tão
completa é sua aniquilação que perde de vista a Sua pessoa e Sua aflição.
Meus
irmãos, se houve um momento na vida do Filho do Homem quando Ele poderia
limitar estritamente sua oração a si mesmo sem merecer qualquer crítica por
fazê-lo, seguramente teria sido quando estava começando suas angústias de
morte.
Porém, veja,
o Senhor Jesus começou Sua oração pedindo por outros.
Houve em
algum tempo alguém como Ele, que em suas próprias angústias da morte ofereceu
sua primeira oração em intercessão de outros?
A oração
não era só pelos outros, mas pedia por seus inimigos mais cruéis.
Não era uma oração por inimigos
que lhe haviam feito mal anos antes, mas aqueles que estavam ali assassinando-o
naquele momento. Não foi com a cabeça fria que nosso Salvador orou, depois de
ter passado muito tempo e poder então perdoar mais facilmente, mas foi no
momento em que as primeiras gotas de sangue manchavam suas mãos quando as
pregavam na cruz, quando o martelo estava sendo salpicado com as gotas
vermelhas como carmesim, seus lábios benditos pronunciaram a fresca
e cálida oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
“Onde Ele
Aprendeu?”. Não foi
Jesus o original divino? Ele não
aprendeu em nenhuma parte, brotou de sua própria natureza semelhante ao Pai.
Uma compaixão peculiar a si mesmo, ditou a originalidade desta oração. A
realeza íntima de Seu coração cheio de amor lhe sugeriu uma intercessão tão
memorável que pode servir de modelo, mas da qual não havia nenhum modelo anterior.
Ele está agora em um lugar mais
nobre e numa condição mais elevada, mas Sua ocupação é a mesma, ELE continua
diante do trono eterno prestando súplicas a favor de homens culpados, clamando:
“Pai, perdoa-lhes”. Toda Sua intercessão é, em certa medida, como a intercessão
no Calvário, e as palavras do Calvário podem nos ajudar a prever o caráter de
toda a Sua intercessão no céu.
Aqueles
por quem nosso Senhor orou, de acordo com o texto, não mereciam Sua oração. Não
haviam feito nada que pudesse motivar nEle uma benção como recompensa por
seus esforços em servi-Lo, pelo contrário, eram pessoas totalmente indignas que
haviam conspirado para sentenciá-lo a morte.
Atrevo-me
a crer que a própria oração, quando foi escutada por eles, pode ter sido
ignorada ou passou com depreciativa indiferença, ou talvez foi tomada como um
objeto de escárnio. Mas isso não impediu JESUS de orar por eles.
Da mesma
forma o grandioso Sumo Sacerdote está no céu intercedendo por homens culpados.
Nunca peça nada a Deus baseado
num pressuposto merecimento. Cristo está intercedendo como o Justo a favor dos
injustos. Nunca ore como se fosse alguém justo, mas
sim como que “se alguém pecar, tem um Advogado junto ao Pai”.
Lembre-se
também que nosso grandioso Intercessor suplica por aqueles que nunca lhe
pediram que intercedessem por eles. Seus eleitos são objeto de Suas preciosas e compassivas intercessões
quando estavam mortos em delitos e pecados, enquanto riam do seu Evangelho, Seu
coração de amor estava implorando ao PAI a favor deles.
Alguns de
vocês, com muitas lágrimas e muita veemência, tem estado pedindo ao Salvador
que seja seu advogado. Por acaso Ele recusaria? Se fez isso por homens que não
pediram suas intercessões como não faria por você?
Cristo não é um advogado
negligente para com Seu povo. Ele conhece exatamente seu estado neste
momento o como se encontra teu coração em relação a tentação que estás
atravessando. Na verdade Ele vê a tentação que está à frente, e em Sua
intercessão abrange os acontecimentos futuros: “Satanás os tem pedido
para cirandar como o trigo, porém já intercedi para que vossa fé não fraqueje”.
Ele pode
discernir qualquer razão para ter piedade de ti que tu mesmo não poderia
detectar, é quando tudo está tão escuro e nublado na tua alma que não podes discernir
o ponto de apoio para uma oração que deves solicitar a ajuda de CRISTO. O
Senhor Jesus tem preparado as súplicas que devem ser formuladas, e tem os
pedidos redigidos, e pode apresentá-los de maneira aceitável diante do
propiciatório.
Pecador,
tu tens provocado a Deus ao rejeitar a sua misericórdia por tanto tempo e está
indo de mal a pior, mas nem a blasfêmia, nem sua injustiça, nem tua infidelidade
são capazes de deter o Cristo de Deus de pleitear o caso dos principais dos
pecadores.
Perceba
que a primeira grande necessidade dos pecadores culpados é o perdão dos
pecados. Cristo ora sabiamente pela
benção mais necessária.
É bom ter
um amigo na corte que melhore nossos pedidos antes que eles cheguem ao grande
Rei.
Com mãos ensanguentadas
Ele teve êxito. Com pés cravados no madeiro, foi vitorioso.
Oh!
Vocês, trêmulos crentes, confiem a Ele suas preocupações! Venham, vocês que são
culpados, e peçam a Ele que interceda por vocês.
Irmãos,
eu lhes disse que a oração de Cristo na cruz foi completamente desinteressada,
pois Ele não estava incluído nela.
Você que
é Igreja de Cristo, deve dizer aos pecadores que o pecado os condenará, que só
Cristo pode remover o pecado, e devem fazer disto a única paixão de suas almas:
“Pai, perdoa-lhes, perdoa-lhes! E rogar ao Pai para que eles saibam como podem
ser perdoados.
Embora
ninguém mais se preocupe com eles, a igreja deve sempre fazê-lo, e se alguém
devia ocupar o primeiro lugar em suas orações, deveriam ser aqueles que geralmente
são os últimos em seus pensamentos.
Se o
Senhor voltará em breve, não há razão para que vocês, pessoas cristãs, se
convertam em meros oradores e leitores, reunindo-se apenas para consolo mútuo,
esquecendo-se das miríades de almas que estão perecendo.
Meus
irmãos, não podemos viver apenas para nós mesmo, para o acúmulo de dinheiro, a
educação de nossos filhos, a construção de casas, a obtenção de nosso pão
diário, tudo isso deve ser feito até certo ponto, mas tem que haver um
propósito maior do que esse, se tivermos que ser mensageiros de Cristo como
devemos ser, pois fomos comprados com o sangue de Jesus.
O Deus
que os pecadores tem esquecido ignorantemente está disposto a perdoar e pronto
a absolver. O Evangelho
é justamente isso: confiem em Jesus Cristo que morreu por homens culpados, e
serão salvos.
Deus
abençoe sua vida!