terça-feira, 29 de agosto de 2017

O amor de Deus lança fora o medo!

Por que temos medo?
Por que ele nos afronta arrebatando nossas forças, tornando-nos muitas vezes covardes?
A resposta é: em razão do pecado!
O medo entrou no coração e na alma do homem em consequência do pecado.
Antes de transgredir o mandamento de Deus, Adão apressava-se para entrar em SUA presença, assim como um filho corre para seu pai, porém no dia em que desobedeceu SUA ordem, Adão se escondeu da presença de Deus, pois sentiu medo.
Charles Haddon Spurgeon citou: “É o pecado, a consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes. O medo que causa a escravidão não teria nunca vindo ao nosso espírito se não tivéssemos, antes de tudo, transgredido a Sua Lei. Portanto, o pecado é a mãe do medo que nos atormenta.”
Esse pecado nos torna fracos, rouba nossas forças e nosso ânimo.
Ele impede que saiamos do lugar e cheguemos onde DEUS quer nos colocar.
Mas o Senhor, em SUA infinita misericórdia, nos encoraja dizendo: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Isaías 41:10)
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Romanos 8:31)  
Deus quer nos ensinar a vencer o medo!
Que possamos aprender com NOSSO PAI!

Abaixo seguem trechos do sermão: Lançai fora o medo pregado por Charles Haddon Spurgeon. O desejo do meu coração é que traga edificação para sua vida!

Lançai Fora o Medo
Publicado em 26 de janeiro de 2012
Sermão nº 930, pregado na noite de domingo de 10 de abril de 1870, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10.

Para quem são ditas estas palavras? Elas foram evidentemente ditas pelo profeta, em nome de Deus, para os escolhidos Dele. Leia o verso oito “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo.”

E novamente, no nono verso – “Tu és o meu servo, eu te escolhi.” Então, se você ou eu tivermos de encontrar qualquer coisa que seja graciosa e confortável aqui, ela virá a nós, não nas pisadas do mérito, mas sobre o terreno da Graça Soberana. Não será nossa porque nós escolhemos Cristo, mas porque Ele nos escolheu. Nosso Pai celestial tem nos abençoado com todas as bênçãos espirituais de acordo com a Sua escolha por nós em Cristo Jesus
desde antes da fundação do mundo. A escolha eterna é o poço do qual flui toda a nascente da misericórdia. Feliz és tu, minha alma, se a Divina Graça inscreveu seus nomes no livro eterno de Deus! Vocês podem vir a este texto como uma criança que vai à própria mesa de seu pai, e podem tirar dela toda forma de conforto para sustentar seu espírito.

O povo escolhido de Deus do passado foi separado para Ele próprio, e os chamou dentre todo o resto do mundo, e assim são eles agora.
Eles são um povo chamado pela Sua Graça especial – com um chamado gracioso ao qual eles não puderam resistir – e vieram imediatamente e se declararam do lado do Senhor.

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou.” (Romanos 8.29,30)

Se você é chamado, depende disso você ser escolhido. Eu não quero dizer se você é chamado no senso comum com o chamado universal do Evangelho, pois nesse sentido, “muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.” Mas eu quero dizer se você é efetivamente chamado, pessoalmente chamado, chamado pelo Espírito Santo, chamado como Maria foi quando Jesus disse a ela “Maria” – e essa voz graciosa atravessou a sua alma, e ela respondeu, dizendo a ele – “Mestre!”

Você já foi chamado ao ponto de abandonar tudo por Cristo, ou está disposto a fazer isso? Você abandonou seus antigos prazeres e suas antigas companhias? E agora é separado para Cristo? Oh, se isso aconteceu, não deixe que nada o impeça de aproveitar as riquezas desse texto, pois cada frase confortável dele pertence a você!
Ainda, além de nos ajudar a descobrir a quem este texto pertence, note que a pessoa aqui descrita é tida no verso oito como um “servo.” “Tu, ó Israel, servo meu” e no verso nove, “E a quem disse: Tu és o meu servo.” Agora, você é um servo de Deus, querido ouvinte? Um servo não faz a sua própria vontade.
Ele toma a sua orientação da boca de seu mestre e dos olhos de seu mestre. Você submeteu sua vontade à vontade de Deus? Não é mais governado por um espírito elevado e orgulhoso que chora, “Quem é o Senhor para que lhe ouça a voz? Você deseja saber qual é a vontade de Deus, e depois fazer apenas o que Ele propõe a você? Considera sua maior honra ser chamado servo de Cristo? É por Ele que você vive? É a Sua glória seu maior objetivo? Se sim, então vocês que estão dispostos a trabalhar podem vir e banquetear sobre o texto, pois cada doce palavra dessas pertencem à vocês, visto que vocês servem ao Senhor Jesus Cristo.

Mais uma palavra para ajudar você a ver se tem direito a essas promessas. Ele diz no verso nove “Eu te escolhi e não te rejeitei.”

Temos tanto a ser gratos, e muito em que nos regozijarmos, pois a perseverança é uma grande promessa e grande penhor da salvação final. “Ao vencedor, a coroa da vida.” E a nós, como temos visto até agora, pertencem as promessas do texto. Ele, que guardou vocês, meus irmãos e irmãs, até essa hora, propõe agora que venham e olhem para a melhor parte desse armário e tirem suas joias e usem-nas, para que vocês adornem cada vez mais a Sua doutrina. Em uma palavra, o texto pertence aos escolhidos de Deus. Aqueles que são Dele por terem sido separados do mundo – que são distinguidos pelo seu serviço prático de Deus – e que permanecem neste serviço. E pela Graça de Deus vão continuar nele mesmo até o final.

Vamos agora ao texto. Eu vou ler novamente. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Aqui está, em primeiro lugar, uma doença muito natural – o medo. Aqui está, em segundo lugar, um comando contra o medo – “Não temas”. E há, em terceiro lugar, a promessa de Deus em nos ajudar a superá-lo. E essa promessa é dada de três ou quatro maneiras para que nós possamos expulsar o medo com um chicote de várias correias.

Primeiramente, nós somos lembrados DE UMA DOENÇA MUITO COMUM ENTRE OS BONS HOMENS – MEDO E DESÂNIMO. Essa doença do medo veio ao coração do homem junto com o pecado. Adão nunca teve medo de Deus, até o dia em que descumpriu o Seu mandamento.

Quando o Senhor Deus caminhava no jardim na viração do dia, e Adão ouvia os passos do Todo Poderoso, ele apressava-se para entrar em comunhão com Deus, da mesma forma que uma criança querida fala com um pai amoroso.
Mas no momento em que ele tocou o fruto proibido, ele correu e se escondeu. E quando Deus disse “Onde estás, Adão?” Adão foi todo encolhido e trêmulo, pois ele estava com medo de Deus. É o pecado, a consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes. O medo que causa a escravidão não teria nunca vindo ao nosso espírito se nós não tivéssemos, antes de tudo, transgredido a Sua Lei. O pecado é a mãe do medo que nos atormenta.

E, irmãos, o medo permanece nos homens bons porque o pecado permanece neles. Se eles tivessem atingido a perfeição do amor, isso expulsaria o medo, pois o medo traz tormento. Mas, uma vez que a carne ainda está neles, e os desejos ainda se esforçam para comandar, até o mais santo dos povos de Deus fica, às vezes, aflito com os escárnios do filho da escrava. Mas a medida em que a Divina Graça cresce e aumenta em poder, o medo diminui.

De uma vez nos livrará de todo o pecado que nos habita – e nossos espíritos irão buscar a Deus como as faíscas procuram o sol.

O medo, vindo com o pecado, sendo sustentado por ele, logo encontra alimento com o qual viver. Deixe que o fiel olhe para dentro de si, e, meus irmãos, ele só precisa fazer isso por um momento para encontrar razões abundantes para temer. “Ah!” diz o Medo, enquanto olha para dentro do coração ainda propenso a vaguear “Eu não vou seguir o meu caminho.” “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para o pecado, “Eu vou tropeçar. Eu não vou perseverar até o fim.”

A Graça está ali, é verdade, mas o Medo cega a melhor natureza, e fixa seu olhar somente no corpo dessa morte.

Olhar para a velha natureza raramente é uma operação prazerosa, especialmente se esquecermos que ela foi crucificada com Cristo. Eu suponho que, se qualquer um de nós pudesse ver seu próprio coração da maneira como ele realmente é, enlouqueceria. Mas a Fé olha para todas as ruínas da Queda e acredita que o sangue de Cristo trará a vitória.

O Medo diz, “Um dia cairei nas mãos do inimigo. Um barco tão fraco como o meu nunca vai conter a enchente e resistir à tempestade, mas sim sofrer um naufrágio no fim de tudo.” E depois, meus irmãos, se o Medo encontrar alimento dentro, logo irá encontrar alimento fora. Às vezes é pobreza, às vezes é doença, às vezes é a recordação do passado e, tão frequentemente, temor do futuro. Até aqueles que têm fé em Deus podem ocasionalmente ser fracos o bastante para temer e desanimarem diante de circunstâncias comuns às quais deveriam ser indiferentes, ou superar por meio da fé.

Pessoas esmorecidas podem encontrar motivos para temer onde eles não existem. Certas pessoas são habilidosas na pesarosa capacidade de inventar problemas. Se o Senhor não as mandou nenhuma provação, elas criam uma para si mesmas. Elas têm uma pequena fábrica de problemas em casa, sentam e usam sua imaginação para meditar no terror.

Há mais presunção na incredulidade do que pode haver na fé. É uma presunção grosseira por parte de uma criança desacreditar nas palavras de seu pai. Não há nenhuma presunção na confiança de uma criança naquilo que
seu pai a diz. Ela está apenas cumprindo o seu dever. Para mim, aceitar as promessas puras de um Deus fiel e, a despeito de minha indignidade, ainda assim acreditar nelas é humildade.

Eu rogo-vos, que evitem a incredulidade que imita a humildade, e busquem essa fé inabalável, a qual é a verdadeira mansidão aos olhos de Deus!

O senhor Mente-Fraca nunca se tornará um Coração-Grande, mesmo se você alimentá-lo com o mais fino trigo. O senhor Pronto Para Parar nunca será tão
firme, ou correrá tão agilmente quanto o senhor Valente da Verdade – faça o que quiser com ele. Há algumas pessoas na família de Deus que são constitucionalmente fracas, e provavelmente nunca irão superar essa fraqueza até entrarem em descanso. Eu faria qualquer coisa que estivesse ao meu alcance para encorajar os amedrontados a se levantarem contra suas fraquezas.

Até daria apenas o suficiente do tônico da repreensão para fazê-los sentir que não é certo desacreditar, mas não gostaria de censurar tão severamente seu desânimo a ponto de fazê-los pensar que não são do povo de Deus.

Deus nos livre de sermos fortes e poderosos em nós mesmos. Mas ao mesmo tempo há vários males ligados ao medo, e cada filho de Deus deveria estar em guarda para expulsá-los.

Em todo caso, muito pode ser feito, despertando-nos a clamar ao Forte a força para superar nossa descrença. A tristeza não precisa ser perpétua em nós.

Mas há flores preciosas da Graça, as quais são regadas constantemente pelas lágrimas do sofrimento, mas parece-me que o orvalho da consolação alcançaria este propósito da mesma forma.
Que o Senhor possa visita-las, e trazê-las para fora da terrível cova e do terrível lodo. Que elas tenham bom ânimo, pois o Senhor diz a elas – “Não temas. Não te assombres.”

Que se relembre, antes de terminarmos este ponto, que até os mais fortes dos servos de Deus estão sujeitos ao medo. Às vezes, os mais dignos dos heróis do Senhor têm seus momentos de fraqueza.

Os melhores dos homens são apenas homens na melhor das hipóteses, e os mais fortes dos homens são fracos se a mão poderosa de Deus é afastada por um tempo.

Permitam-me dizer que há vezes em que o mais corajoso e o mais forte dariam tudo que têm pela menor evidência possível da Graça Divina. Eles se considerariam felizes por poderem rastejar aos pés da Cruz e dizer “Deus, sê propício a mim, pecador!

Apesar de terem sido abalados, nunca foram tirados de seu forte apego em Cristo. Embora possam ter tido alguns momentos de vacilo – ainda assim nunca ficaram desanimados a ponto de questionarem sua parte em Jesus. Eles se seguraram, e cantaram ano após ano, “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores.”

Vamos nos ocupar um pouco agora em considerar o MANDAMENTO DE DEUS CONTRA O MEDO. “Não temas. Não te assombres.” Este preceito é absoluto e indistinto – não devemos temer. Ele não diz “Tema bastante, mas não além disso,” mas dá uma exortação ilimitada, “Não temas.” Ele não diz “Não temas com tanta frequência,” mas, “Não temas.” É uma exortação sem tempo determinado, e por isso vale para todos os tempos.

Ele não diz “Não te assombres totalmente.” Não há advérbio qualificativo, mas isso significa “Não te assombres por nada.” Este mandamento, então, repreende o medo e proíbe o desânimo.

Por que os filhos de Deus não devem ter medo? Há várias razões que justificam o mandamento de Deus.

Primeiro, meus Irmãos, nós não devemos temer porque é pecaminoso. É comumente pecaminoso ter medo ou desânimo porque tal estado de espírito quase sempre é resultado da incredulidade. Vocês já pensaram em quão grande pecado é a incredulidade? Não é a incredulidade um forte ataque a Deus, um crime de traição contra Ele?

Todo homem de confiança sente que tem o direito de ser acreditado. Ele fala com a honra de um homem honesto, e se você diz “eu não acredito em você,” esse reflexo não atinge você, mas sim a pessoa em quem você não consegue acreditar.

E poderia acontecer isso, dos próprios filhos de Deus dizer que não acreditam Nele? Oh, é o pecado dos pecados!

Isso tira toda a divindade de Deus, pois se Ele não é sincero, não é Deus. E se não é próprio acreditar nele, não deve ser adorado – Você não pode adorar um Deus em quem não confia. Oh, traidor decida, você peca por não acreditar!

Oh, pecado assassino de Deus! Que possamos nos livrar dele, e não o achemos leve ou insignificante, mas o tiremos de nós assim como Paulo lançou a víbora ao fogo.

Dúvidas e medos também geram pecado. Assim é a descrença, ela traz centenas de outros pecados em suas costas. O homem que acredita em Deus lutará contra a tentação, mas o homem que não acredita Nele cairá em qualquer cilada.

A fé é o que segura o homem, da mesma forma que uma grande âncora segura um navio quando batem os ventos.

Acreditar que Deus não falhará com você o ajuda a desafiar a tentação. Agora veja como o homem de fé derrota o diabo! Para cada bem-aventurança que o pecado poderia trazer, a Graça Divina traz uma benção dez vezes maior – e assim a fé dá um xeque mate em Satã – e a tentação vai embora.

Não temam, pois isso machuca vocês. Nada pode te enfraquecer tanto, e te deixar tão infeliz quanto ser uma pessoa desconfiada. E isso não é pouca coisa, pois a alegria Cristã é fruto do Espírito, e quem a faz definhar, está roubando o Senhor da glória. Não está escrito “Regozijai-vos sempre”? O medo enfraquece a influência do Crente, e isso prejudica os outros. Convertidos não são trazidos a Cristo por cristãos que não creem. É a fé que ganha almas.

Agora, se um Cristão professo passando por uma provação age exatamente como um mundano, o homem do mundo toma lugar e diz “Não há nada na religião.” Mas, se no tempo da dificuldade, da aflição, da perda, a fé do homem Cristão o deixa feliz, resignado, contente com a vontade do Senhor – ora, até as mais grosseiras das mentes ímpias veem o poder da Graça Divina! E isso pode os levar a refletir, e se perguntarem “Se há Graça como esta no mundo, por que eu não deveria tê-la?” e talvez eles a busquem e encontrem. Oh, por amor a você, por amor aos seus vizinhos, por amor à Igreja, por amor ao mundo, por amor a Cristo, por amor a Deus – não temam – nem se desanimem!

Agora eu devo chegar ao coração e alma do texto – AS PROMESSAS QUE DEUS DÁ PARA PREVENIR O MEDO E O DESÂNIMO. Neste verso, você
encontra cinco vezes algumas formas do pronome “tu”, e cinco vezes o pronome “eu”. O que quer que haja vosso, deve haver ainda mais de Deus. O tanto que houver de sua fraqueza, deverá existir muito mais da força de Deus. Qualquer que seja a quantidade do seu pecado, deverá existir muito mais da misericórdia de Deus. Que o Espírito Santo revele aos seus corações toda a grandeza deste maravilhoso verso!

“Não temas, porque eu sou contigo.” Muitas vezes o homem teme, por medo da solidão. Não raro temos que estar sozinhos no serviço de Deus. A companhia cristã é um grande conforto, mas se um homem se torna um líder, ele se torna um espírito solitário em certo grau. Da mesma maneira, no sofrimento, há uma amargura com a qual nenhum estranho pode mediar. Uma parte da estrada para o Céu todo homem deve enfrentar sem nenhuma
companhia, senão a de seu Deus.

O Senhor dos exércitos é a melhor das companhias. Sua sociedade é o deleite dos anjos, e a felicidade dos espíritos glorificados. Seja grato, ó crente, por não estar sozinho. O Pai está com você, o Filho está com você, o Espírito Santo está com você, e o que isto significa? Significa que a Onipotência estará com você para ser a sua força! A Onisciência estará com você para ser a sua sabedoria! A imutabilidade estará com você para ser o seu auxílio – todos os atributos de Deus estarão com você para ser o seu tesouro. “Não temas, porque eu sou contigo.”

Outro medo atinge os homens, e consiste em se perder tudo que se tem no mundo. Eles sabem muito bem que se perderem suas propriedades, perderão seus amigos. Tal qual as andorinhas que chegam à primavera – e vão embora quando o verão termina – são os nossos amigos do mundo. Quando nossos bens vão embora, eles vão também. Mas aí vem a segunda promessa “Não te assombres, porque eu sou o teu Deus.” As aboboreiras de Jonas secaram, mas o Deus de Jonas não. Seus bens podem ir embora, mas o seu Deus não. Aqueles à sua volta podem roubar do seu dinheiro desperdiçado de conforto presente, mas o seu Deus, eles não podem tirar de você.

Essa foi uma doce palavra de um filho ao ver sua mãe mês após mês em suas roupas de viúva, sentada e chorando, porque seu marido morrera. “Mãe,” ele disse, “Deus está morto?” Ah, se nosso Deus estivesse morto, nós seríamos tristes órfãos! Mas enquanto soar o Livro precioso, e entrar em nossos corações através do Espírito Santo, “Não te assombres, porque eu sou o teu Deus,” estaremos seguros.

O tesouro do nosso Deus não tem profundidade. E enquanto você puder ouvir Deus dizer a você “Eu sou o seu Deus,” poderá rir da miséria, da angústia, da destruição e da fome. Para você, não faltará nenhuma coisa boa. Você será satisfeito, com tutano e gordura, e a sua boca O louvará com lábios alegres.

Outro medo que todo homem bom tem por vezes, a menos que ele seja sustentado pela fé, vem por um senso de fraqueza pessoal. “Eu tenho uma batalha para lutar, mas sou muito fraco. Tenho um trabalho para fazer para Deus antes de morrer, mas eu não tenho poder suficiente para fazê-lo.”
Agora, vem a próxima palavra do texto, “Eu te fortaleço.” A força com a qual eu preciso realizar meu trabalho não está em mim. Se estivesse, terminaria em mim. Eu sei, com tristeza, quão pequena força existe nesses braços. Mas não existe nenhum homem na Terra que possa me dizer quanta força Deus colocará, se assim Ele quiser, nestes mesmos braços!
Ele pode colocar a força de um gigante nos braços de uma criança, se assim quiser. Mas, meus irmãos, transfiram essa figura para força espiritual. Você tem o mandamento de Deus para pregar. Ah, seria apenas uma pregação pobre, se você a fizesse sozinho. Mas nenhuma língua pode dizer como Deus o fará pregar se Ele se agradar em ajuda-lo.

Havia um arbusto no deserto, nada de mais para se ver a não ser um arbusto. Mas, ah, como ele brilhou em esplendor quando Deus veio até ele, e ele entrou em chamas e, ainda assim, não foi consumido! Deus pode vir a você, meu irmão, e a você, minha irmã, e fazê-lo brilhar em glória como o arbusto em Horebe. Ele pode torna-lo tão forte, que poderá suportar qualquer coisa. Ele tem feito isso até agora. Se alguém tivesse lhe dito, anos atrás, que teria passado pelo seu último problema, você poderia ter dito “Eu nunca poderei suportar isto.” Mas suportou. “Ah,” a sua descrença teria dito “esta será a minha morte.” Mas não foi.

Agora, aqui vai uma palavra para os trabalhadores tímidos e fracos de Deus. “Eu te fortaleço.” Depois vem a próxima promessa consoladora, “E te ajudo.” Esta destina-se a contradizer o receio de que o socorro amigável falhará.

Reparem, pois, nesta palavra, “Eu te ajudo”. Eu não vou apenas dar força a vocês para lutarem sozinhos, mas colocarei a Minha força também em outros homens e em Minha providência para ajuda-lo. Bem, você sabe o quão decisiva é a ajuda de Deus.

Quando o Senhor nos dá um trabalho para fazer, nós ficamos felizes em fazê-lo. Mas nossa força não é suficiente ao trabalho, e então nós sentamos e choramos – e leva a isto – que nosso Pai bendito leva adiante o trabalho – e a nós também! E então está tudo feito, e feito gloriosamente. É uma ilustração simples, mas que confortará alguns corações desapontados.

A última palavra do texto é, “E te sustento com a minha destra fiel.” Vários dos filhos de Deus têm o medo de um dia desonrarem a Cruz de Cristo, e num momento de desatenção escorregar. Esse é um medo muito natural, e em alguns aspectos, um medo muito apropriado.

Nós achamos que a tentação só quer nos pegar no nosso ponto fraco, e depois acabar conosco. Mas agora, novamente, eu peço para que vocês se agarrem a esta Palavra preciosa, “Te sustento com a minha destra fiel.” É a mesma mão que segura às estrelas em seu lugar. É a mão que segura o arco do Céu sem colunas, que sustenta ambos mar e terra. Ela não poderia segurar você?

Descanse nisso, e você não será lançado fora! A Sua destra fiel é a mesma mão que nós tínhamos razões para temer, com a qual nosso Rei ofendido poderia nos ferir, pois nós merecíamos justamente a Sua ira. Mas desde que a mão de Cristo foi trespassada, a mão direita de Deus nunca feriu um Crente, a fim de destruí-lo. Essa mesma mão que deveria ter nos esmagado, está agora debaixo de nós para nos sustentar em todas as nossas aflições.

“Oh! Provai e vede que o Senhor é bom” (Salmos 34.8) Não meramente “veja” que Ele é bom enquanto você lê o texto, mas “prove” o texto. Deixe ele descansar no paladar de sua alma. Absorva para sua própria natureza.

Tente ver que é verdade, e verdade para você.

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”

Ele nunca falhará com você, e chegará o dia em que o Senhor o levará
desta terra de famintos para comer pão em Seu reino com o seu querido Filho.

Oh, meu querido Amigo, como eu desejo que você um dia tenha as promessas da Aliança para si mesmo! Se você acreditar de todo o coração, você terá. Confie em Jesus Cristo, e as promessas serão suas.

FONTE:
Traduzido de http://www.spurgeongems.org/vols1618/
chs930.pdf
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio
público
Sermão nº 930—Volume 16 do The Tabernacle MetropolitanPulpit,
Original em inglês: Away with Fear
Tradução: Maria Eduarda Lyra
Revisão: Daniel Campos
Prova e diagramação: Armando Marcos Pinto
Capa: Beatriz Rustiguel



segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O que você pode fazer para tornar melhor o dia de alguém hoje?

As pessoas estão tão preocupadas com sua vida, com seus próprios problemas, afazeres, onde devem ir, que constantemente ficam alheias ao que se passa a sua volta.
As vezes é tão simples tornar o dia de alguém melhor, mas você não percebe isso, pois sua própria dificuldade lhe rouba toda a atenção .
Um simples bom dia, um sorriso amigável, uma palavra afetuosa, um gesto de carinho, um “eu te amo”, pode ser a melhor parte do dia de alguém!
Coisas simples são as mais preciosas, tais como: estar com a família, ser gentil com as pessoas, estender a mão a quem precisa, dividir o que tem, amar sem condicionar esse amor.
Deus ensina que o amor é primordial, e a base para todas as outras coisas, pois que ama perdoa, respeita, cuida, protege e acima de tudo faz bem ao próximo.
Paulo em sua carta aos Romanos diz: Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12:10)
Quem tem amor, não olha apenas para si mesmo, mas também para aqueles que estão ao seu redor.
Com um simples gesto de amor, você pode desarmar um coração.
Mas você só consegue oferecer aos outros aquilo que tem. Deus lhe ama incondicionalmente e quer encher seu coração com SEU amor.
Quando Jesus veio a esta terra e andou entre os homens, ELE se preocupou com o homem, se compadeceu dele, curou suas enfermidades, lhe deu instrução e principalmente lhe ensinou o significado do verdadeiro amor, não apenas em palavras, mas principalmente em ações.
Jesus era um com o PAI, e ninguém tem maior amor que DEUS, sendo assim, disse: “Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.” (João 15:9)
E por isso ensinou aos seus: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (João 13:34)
JESUS pediu que o homem amasse seu semelhante com o amor que ELE mesmo lhe deu.
ELE quer lhe ensinar a amar de uma forma verdadeira, abra seu coração para receber.
ELE irá lhe mostrará que com pequenos gestos, você pode fazer toda a diferença na vida de alguém.
Deus abençoe sua vida!


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Obediência leva ao êxito!

Você já teve a sensação de que está fazendo tudo o que está ao seu alcance e ainda assim está fracassando?
Aplicou muito esforço no trabalho sempre desempenhando-o da melhor maneira, mas as coisas não saíram da maneira que esperava.
Dedicou-se ao seu casamento, mas as circunstâncias lhe fazem sentir que falhou em algum ponto.
Desejou algo e empenhou-se para conquistar, porém o alvo ainda parece distante.
Essas situações realmente entristecem e fazem você sentir que está fracassando...
Os discípulos de JESUS em uma ocasião específica, também sentiram-se dessa maneira. A pesca lhes forneciam não somente suprimento financeiro, mas também seu sustento. Eles haviam trabalhado a noite inteira, porém ao amanhecer, não haviam pescado nada.
Encontravam-se então, lavando suas redes, para voltarem aos seus lares.
Logo, JESUS se aproxima, sobe no barco de Pedro pede que ele o afaste um pouco da margem e começa a ensinar o povo.
Após alimentá-los com seus ensinamentos, JESUS olha para Pedro e diz:
“...Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.” (Lucas 5: 4)
 Pedro e seus companheiros estavam cansados, já haviam lavado suas redes, estavam prontos para ir para suas casas. Eles poderiam ter se recusado, porém decidiram obedecer a ordem do mestre.
“Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede.” (Lucas 5: 5)
Eles não poderiam ter sido abençoados durante a noite, enquanto se esforçavam no mar?
Por que voltar? Por que Deus permite que certas coisas aconteçam? Não tenho a resposta exata para essa pergunta, porém, em algumas situações, é para que você pare de confiar tanto em si mesmo e passe a confiar mais em Deus.
Ninguém irá até uma fonte tirar água, enquanto não sentir sede.
Refute a ideia de que talvez não mereça ser abençoado, ou que as coisas boas não são para você. Deus deseja ajuda-lo a alcançar o melhor.
JESUS pode transformar essa situação em bênção para sua vida, basta que vá até ELE.
E quando ELE falar, porque de alguma maneira falará, você precisa estar atento para ouvir SUA voz e acima de tudo OBEDECER sua ordem.
ELE disse a Pedro: “Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.” (Lucas 5: 4)
Pedro e os demais estavam fatigados, pois como já foi citado acima, haviam trabalhado a noite inteira sem nada conseguir, porém respondeu à Jesus: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede.” (Lucas 5: 5)
No momento em que diz, Mestre, Pedro está reconhecendo que JESUS é o Senhor!
Obedecer a Deus é uma escolha diária que se transforma em bênçãos inimagináveis.
Por causa da obediência, os discípulos foram abençoados de maneira poderosa: E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompiam-se-lhe a rede. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. “ (Lucas 5: 6-7)
Deus deixará você maravilhado com as coisas extraordinárias que fará quando se dispuser a obedecê-lo!
As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. (I Coríntios 2:9)
E nesse momento, tal como Pedro, você perceberá, a grandeza de CRISTO.
E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador. (Lucas 5: 8)
A obediência é a chave que abre as portas para o êxito.
Escolha obedecer a Deus ainda que se sinta fracassando. Deus é Senhor sobre a fraqueza e sobre o medo. ELE irá lhe surpreender!

Deus abençoe sua vida!



terça-feira, 8 de agosto de 2017

Então conhecerei, como sou conhecido!

A mente humana sente dificuldade com alguns assuntos da vida. Coisas que não se solucionam facilmente, dor que persiste, sofrimento que não se acaba. A limitação da capacidade humana deixa enfermo quem não a assimilar, bem como o fato de que a compreensão sobre muitas questões não será possível na existência terrena.
A mente humana em sua maioria, não entende os desígnios de Deus e busca motivos para culpa-lo pelas escolhas que os homens fazem.
Existem porém, aquelas situações inexplicáveis, nas quais o desejo de entender o motivo é imenso, porém DEUS nunca teve obrigação de dar satisfação sobre a didática de Seus ensinamentos.
Agora você vê em parte, mas um dia verá e entenderá tudo.   
Exemplificarei de acordo com as palavras citadas no final do filme “Você acredita?”:

“Não sei se algum de nós consegue ver o quadro inteiro, do ponto de vista de Deus digamos assim. É como se fossemos crianças sentadas no chão olhando a parte de trás de um tapete que está sendo tecido. Aos nossos olhos, às vezes parece feio, é um amontoado de cores e nada faz muito sentido. Mas algum dia não estaremos mais sentados no chão, vamos passar para o outro lado e a genialidade da obra de Deus vai se tornar clara, e no centro de tudo vamos encontrar a cruz. Naquele imenso tapete também veremos aquele filamento único, o único daquele tipo e daquela cor que nossa vida adicionou a obra. Aquele filamento único que sem ele, tudo seria de alguma forma incompleto. Pessoalmente não vejo a hora de ver a obra prima do Senhor.”

O texto abaixo aborda esse tema. Extraí alguns trechos e desejo que o Espírito Santo de Deus encha seu coração do Seu amor a fim de que se você não entender o momento que vive, pelo menos tenha a certeza de que em tudo DEUS está cuidando de você e em nenhum momento lhe deixou sozinho.

Agora e Depois: Entendendo como entendemos e como entenderemos a realidade espiritual

Sermão nº1002  pregado por Charles Haddon Spurgeon no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres

“Agora vemos como em espelho, obscuramente; mas então veremos cara a cara.” 1 Coríntios 13:12

A todo custo irmãos, procurem os melhores dons, assim como o artista desejaria ter habilidade em todos os seus membros, e estar alerta com todos seus sentidos. Porém, sobretudo, aprecie o amor como a faculdade que impulsiona sua habilidade. Aprendam a estimar este sagrado instinto do amor mais que todos os mais seletos dons e O amor de Cristo deve habitar ricamente em ti.
Jesus falou que deveríamos ser como crianças. A infância é algo muito bom que todos deveríamos manter presente. Se a esquecemos, nossas afetividades logo se secam, nosso comportamento fica propenso a se tornar intratável, nossas opiniões se tornam bem mais altivas e nosso egoísmo se torna muito repulsivo. Sendo o homem de maior destaque de seus dias na igreja cristã, o qual exercia a mais ampla influência entre os convertidos a Cristo, Paulo se lembrou do passado distante quando era jovem, e sua lembrança foi muito oportuna.

Há sabedoria em sua reflexão: Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino, brincava como menino, mas quando me tornei homem, deixei as coisas que eram de menino. Compara assim duas etapas de sua vida natural, as quais lhe servem como uma parábola. No conhecimento espiritual sentia que estava em sua infância ainda. Sua maturidade, sua idade adulta plena, permanecia diante de si como uma perspectiva futura. Podia imaginar facilmente um futuro desde o qual olharia o seu eu atual como um mero aprendiz que andava tateando no seu caminho entre as sombras da sua própria fantasia. “Pois agora” – diz – vemos com em espelho, obscuramente; mas então veremos cara a cara. Agora conheço em parte, mas então conhecerei como fui conhecido.

Aqui Paulo emprega uma ou duas figuras novas. Como em espelho!” Talvez não sejamos capazes de determinar a que tipo de espelho se refere, mas a nós basta que o significado seja óbvio. Há uma grande diferença entre ver um objeto através de um obscuro instrumento e inspecioná-lo de perto, à vista. Em ambos os casos havemos de ter o poder da visão, mas no último caso podemos usá-la como maior vantagem. Agora vemos como em espelho, obscuramente”. Obscuramente, como se fosse um enigma! Nossas percepções mentais são tão frágeis que as claras verdades nos desconcertam. As palavras que nos instruem são quadros que precisam de uma explicação. Os pensamentos que nos comovem são visões que flutuam em nossos cérebros e precisam de uma retificação. Oh, como precisamos de uma visão mais clara! Precisamos de um conhecimento mais perfeito!
Prestem atenção, irmãos, que embora tenhamos muitos motivos para a desconfiança, já que somente vemos como em espelho obscuramente, é um motivo de alegria que pelo menos a vejamos. Graças a Deus, porque, em efeito, conhecemos; mas para que sirva de freio à nossa altivez, conhecemos em parte. Amados, os objetos que olhamos estão à distância e nós somos míopes. A revelação de Deus é ampla e profunda, porém nosso entendimento é frágil e superficial.

Há coisas que agora consideramos muito valiosas, porém, logo não terão nenhum valor para nós. Há algumas coisas que conhecemos, ou acreditamos conhecer, e valorizamos demais nosso conhecimento; porém quando alcançarmos a condição de homens, não daremos a esse conhecimento um valor maior que um menino dá a um brinquedo quando se torna um homem. Nossa maioridade espiritual no céu jogará fora muitas coisas que agora consideramos valiosas, assim como um homem adulto abandona os tesouros de sua infância. E há muitas coisas que nos acostumamos a ver que, uma vez que haja concluído esta vida passageira, não as veremos mais. Embora nos deleitássemos nelas e agradassem nossos olhos enquanto transitávamos nesta terra, dissipar-se-ão como um sonho quando alguém acorda; não as veremos nunca mais, nem as desejaremos mais, pois nossos olhos – sob uma luz mais clara e ungidos com colírio – terão visões mais resplandecentes, e nunca lamentaremos o que perdemos, diante da presença das cenas mais lindas que haveremos de encontrar. Há outras coisas que conhecemos agora e que nunca esqueceremos, as conheceremos para sempre, com a diferença que será de forma plena, porque não teremos mais um conhecimento parcial delas; e há algumas coisas que vemos agora e veremos na eternidade, só que lá as veremos sob uma luz mais clara.

Entre as coisas que vemos agora – todos aqueles que entre nós cujos olhos foram iluminados pelo Espírito Santo – está o fato de que nos vemos a NÓS MESMOS.

Vermos a nós mesmos é um dos primeiros passos da verdadeira religião. A maior parte dos homens nunca viu a si mesmos. Viram a imagem aduladora de si mesmos e imaginam que trata da própria cópia fac-símile sua, mas não o é. Os senhores e eu fomos instruídos pelo Espírito Santo de Deus para vermos nossa ruína pela queda – lamentamos devido a essa queda – tomamos consciência de nossa depravação natural, somos abatidos até chegar ao pó por essa descoberta que nos mostrou nossa natureza pecaminosa real e como transgredimos contra o Altíssimo.

Arrependemo-nos disto e fugimos em busca do refúgio, em direção à esperança posta diante de nós no Evangelho. Dia a dia vemos algo mais de nós mesmos – garanto-lhes que não vemos nada prazeroso – porém isso é muito útil, pois é algo grande conhecer nosso vazio.
É algo importante descobrir nossa fraqueza; é um passo essencial para nossa participação da fortaleza divina. Eu suponho que quanto mais vivamos, mas nós veremos a nós mesmos e provavelmente cheguemos a esta conclusão: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, e clamaremos como Jó: “Eu sou vil”. Quanto mais descubramos coisas de nós mesmos, mais nos sentiremos doentes de nós mesmos.

Não duvido, porém, que no céu descobriremos que nem sequer a nós mesmos nos pudemos ver sob a mais clara luz, senão “como em espelho”, “obscuramente, somente como um profundo enigma, já que entenderemos mais a cerca de nós mesmos no céu do que entendemos agora. Lá, veremos como ainda não vimos, que mal tão terrível foi a Queda, em que sepultura tão terrível caímos; e quão rápido ficamos enganados nesse lugar cheio de lodo. Lá veremos a negrura do pecado como jamais vimos aqui e entenderemos seu inferno merecido como até agora não pudéramos ter feito senão a partir do momento em que olharmos o céu aonde nos levará a misericórdia infinita. Quando cantemos o Cordeiro que foi imolado é digno, olharemos as roupas que lavamos no Seu sangue e veremos quão embranquecidas ficaram. Entenderemos melhor que agora o quanto necessitávamos da limpeza, quão carmesins eram as manchas e quão precioso era o sangue que fez desaparecer as máculas escarlates. Lá, também, conheceremos nosso lado brilhante melhor do que o conhecemos agora. Hoje sabemos que somos salvos e, portanto, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus; porém, veremos melhor este manto de justiça que nos cobre agora, e que nos cobrirá então, e discerniremos quão lustroso é com seu bordado e com seu ouro forjado; muito melhor que as pérolas e joias que decoraram os mantos dos monarcas são o sangue e a justiça do Deus Filho que se entregou por nós. Aqui sabemos que somos adotados. Sentimos no espírito a condição de filhos. “Clamamos: Abba Pai!” Lá, porém, conheceremos melhor em que consiste ser os filhos de Deus, pois aqui ainda não se manifestou o que havemos de ser; porém quando estivermos lá, e quando Cristo se manifeste, seremos semelhantes a Ele, porque veremos tal como Ele é, e entenderemos plenamente o que significa gozar da condição de filhos.
Assim, também, eu sei hoje que sou coerdeiro com Cristo, porém tenho uma ideia muito pobre daquilo de que sou herdeiro; lá, porém, verei as propriedades que me pertencem, e não somente verei, como também as desfrutarei de fato. Todo cristão terá uma parte da herança imarcescível e sem mancha, reservada no céu para ele, porque está em Cristo Jesus. É um com Cristo, é um por eterna união. Temo, porém, que isso seja mais um enigma para nós que um assunto inteligível. Vemo-lo como um enigma agora, porém lá nossa união com Cristo será tão visível e tão clara como as letras do alfabeto. Lá saberemos o que significa ser um membro de Seu corpo, de Sua carne, de Seus ossos; lá entenderei o laço da união mística que une a alma do crente a Cristo; lá verei como, igual o ramo que brota do caule, minha alma está em união, em uma vital união com seu Bendito Senhor Jesus Cristo. Assim, algo que vemos agora, mas que veremos sob uma luz mais clara no mais além é: “a nós mesmos”.

Aqui também vemos a IGREJA, mas LOGO A VEREMOS MUITO MAIS CLARAMENTE. Sabemos que há uma igreja de DEUS. Sabemos que o Senhor tem um povo que escolheu desde antes da fundação do mundo; acreditamos que os membros desse povo estão esparramados por todas as partes de nossa terra, e em muitas outras terras. Há muitos deles que não conhecemos; há muitos que se nós as conhecêssemos, me atreveria a dizer que não nos agradaria particularmente, devido suas características externas: pessoas de aparência estranhas e talvez de hábitos muito diferentes e, no entanto, apesar de tudo isso, elas constituem o povo do Deus vivo.
Agora, nós conhecemos esta igreja, conhecemos a sua glória e seus membros são impulsionados por uma só vida, são vivificados. Lá conheceremos algo a mais do número dos escolhidos que conhecemos agora, e poderá ser que para nossa surpresa, encontremos entre a companhia dos escolhidos de Deus, alguns a quem em nossa amargura de espírito tínhamos condenado, e lá sentiremos falta de alguns, que em nossa caridade, concebíamos que estavam perfeitamente seguros. Então saberemos melhor quem são aqueles que pertencem ao Senhor e quem são os que não pertencem, algo que jamais poderíamos saber aqui. Na terra todos nossos processos de discernimento são falhos. Haverá um rebanho com um Pastor, e Aquele que reina sobre o trono eternamente, será glorificado.
Quanta glória a Seu próprio Nome lhe darão Seus redimidos, quando reunir a todos os que são chamados e escolhidos e fiéis entre os filhos dos homens. Este é um dos gozos que estamos esperando: que viremos à congregação dos primogênitos que estão inscritos nos céus, e teremos comunhão com aqueles que têm comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo nosso Senhor.

Aqui vemos a providência de Deus, mas ela está como em espelho, obscuramente. O apóstolo disse “como” espelho. Havia vidro nos dias dos apóstolos, não do tipo da substância de que são feitas nossas janelas, mas um vidro grosso, de cor opaca, não muito mais transparente que o vidro que se usa na fabricação de garrafas comuns, de tal forma que se olhássemos através de um pedaço de vidro não poderíamos ver muito. Isso se assemelha ao que vemos agora da divina providência. Nós cremos que aos que amam a Deus todas as coisas lhes cooperam para bem; vimos como obram conjuntamente para o bem em alguns casos, e comprovamos que na prática é assim. Porém, ainda assim, para nós se trata mais de um assunto de fé que um assunto de vista. Não podemos dizer como “cada linha obscura e sinuosa se junta no centro de seu amor”. Não percebemos ainda como Ele fará para que essas
obscuras dispensações de tribulações e aflições que sobrevém a Seu povo realmente sirvam para Sua glória e para a felicidade perene deles. Porém, lá em cima veremos a providência, por assim dizer, cara a cara, e eu suponho que o descobrimento de como o Senhor tratou conosco será uma de nossas maiores surpresas. “Vamos” – diremos alguns de nós – “orávamos justamente contra essas precisas circunstâncias que eram as melhores que
pudessem ter-nos sido designadas”. “Ah!” – dirá outro – “eu me inquietei e me turbei pelo que era, depois de tudo, a mais rica misericórdia que o Senhor jamais me enviara”. Algumas vezes conheci pessoas que renegaram uma carta que batia à sua porta, e aconteceu que, em alguns casos, continha algo muito valioso e posteriormente o carteiro comentou: “Você desconhecia o conteúdo, pois do contrário não a teria rejeitado”. E Deus nos enviou frequentemente tal preciosa quantidade de misericórdias no envelope negro da tribulação, que se nós houvéssemos conhecido seu conteúdo, o teríamos aceitado, e nos haveríamos alegrado de pagar por ele, contentes de lhe dar alojamento e abrigo; mas devido o fato de vê-lo negro fomos rápidos em fechar a porta.

Agora, lá em cima não somente nos conheceremos mais a nós mesmos, mas perceberemos em maior escala as razões de muitos dos tratos de Deus para conosco.

Com certeza ao fim tudo sairá bem; tem que sair bem, cada parte e cada porção hão de trabalhar conjuntamente numa unidade de desígnio para promover a glória de Deus e o bem dos santos. O veremos lá e elevaremos nosso cântico com zelo e gozo renovados, conforme novos esclarecimentos da sabedoria e da bondade de Deus – cujos caminhos não podem ser descobertos – sejam expostas diante de nossa assombrada visão.

Em quarto lugar, não estaríamos distorcendo o texto se disséssemos que, embora conheçamos algo DAS DOUTRINAS DO EVANGELHO, E DOS MISTÉRIOS DA FÉ, gradualmente ao cabo de alguns meses ou anos, conheceremos muitíssimo mais do que conhecemos agora. Há algumas grandiosas doutrinas, irmãos e irmãs, que amamos encarecidamente, mas embora as amemos, nosso entendimento é demasiado fraco para captá-las plenamente. Nós as classificamos como mistérios; as reconhecemos reverentemente, porém, não nos atrevemos a tentar explica-las. São assuntos de fé para nós.
Certamente, ainda quando for exaltada no céu, nenhuma criatura será jamais capaz de compreender todos os pensamentos do Criador; nunca seremos oniscientes; não podemos sê-lo – somente Deus sabe todas as coisas e entende todas as coisas. Porém, quanto mais da autêntica verdade haveremos de discernir quando as névoas e as sombras hajam dissipado, muito mais entenderemos quando formos levantados àquela esfera mais elevada e dotada de faculdades mais brilhantes, ninguém poderá dizê-lo. Provavelmente coisas que nos desconcertam aqui serão lá tão claras como podem sê-lo. Talvez nos riamos de nossa própria ignorância.

Oh quão pouco conhecemos, mas quanto mais conheceremos! Estou certo de que conheceremos, pois está escrito: Então conhecerei como fui conhecido! Agora vemos as coisas como numa névoa e com frequência estamos confundidos e não podemos conjecturar como se harmoniza uma parte com outra parte pertencente ao mesmo sistema, nem discernimos como podem ser consistentes todas essas doutrinas.

AQUI VEMOS A JESUS CRISTO, PORÉM NÃO O VEMOS COMO LOGO VEREMOS. Vimo-lo por fé de tal forma que entendemos que nossas cargas foram transferidas a Ele, e nossas iniquidades foram levadas por Ele ao deserto, onde, se fossem buscadas, não seriam encontradas. Vimos a Jesus o suficiente para saber que todo Ele é desejável” (Cânticos 5); podemos dizer Dele que é toda minha salvação e meu desejo”.

A formosura do Rei nos cativou e deixou embevecido nosso coração; no entanto, uma vez que cheguemos à corte do Grandioso Rei, vamos declarar que Ele não nos havia dito nem a metade. Diremos: Meus olhos o verão, e não outro”.

Chegaram muitas sugestões acerca do que faremos no céu e que haveremos de desfrutar, mas tudo isso me parece longe do objetivo comparado: que estaremos com Jesus, e seremos como Ele e contemplaremos Sua glória. Oh! Ver os pés que foram pregados e tocar a mão que foi atravessada, e olhar a cabeça que levou os espinhos, e nos inclinarmos diante Dele, que é inefável amor, indizível condescendência e infinita ternura! Oh! Inclinar-se
diante Dele, e beijar esse rosto bendito! Jesus, que mais necessitamos que ver-te através de Tua própria luz, ver a Ti a falar Contigo, como quando um homem fala com seu amigo?

Ele será quem cativará nosso olhar, quem absorverá nossos pensamentos, quem prenderá nosso afeto e elevará nossas sagradas paixões ao ponto mais alto do ardor celestial. Veremos a Jesus.

Está escrito que os limpos de coração verão a Deus. Deus é visto agora em suas obras e em sua PALAVRA. Na verdade, estes olhos pouco poderiam suportar ver a visão beatífica, porém temos razões para esperar que na medida em que as criaturas possam tolerar a visão do infinito Criador, ser-nos-á permitido que vejamos a Deus.

Então entenderemos mais sobre Deus do que entendemos agora; estaremos mais próximos Dele, mais familiarizados com Ele e mais cheios Dele. O amor de Deus será derramado abundantemente em nossos corações; conheceremos a nosso Pai como ainda não O conhecemos; conheceremos ao Filho num grau mais pleno do que nos foi revelado até agora, e conheceremos o Espírito Santo em Seu amor pessoal e ternura para conosco, muito além de todas essas influências e operações que nos reconfortou em nossas aflições e nos guiou em nossas perplexidades aqui embaixo.

Eu, cuja consciência viu-se aterrada ao ouvir a voz de Deus proclamando Sua santa lei; eu, cujo coração derreteu quando irrompiam em meus ouvidos os ternos tons de Seu bendito Evangelho nesses fragmentos que aliviam o peso da profecia; eu que reconheci no bebê de Belém a esperança de Israel; no homem de Nazaré, o Messias que viria; na vítima do Calvário, o único Mediador; em Jesus ressuscitado, o bem-amado Filho. Para mim, verdadeiramente, Deus encarnado foi tão palpavelmente revelado que quase vi a Deus, pois vi a Jesus, por assim dizer, em quem toda a plenitude da Deidade, habita corporalmente. Ainda assim, vejo “como em espelho, obscuramente”.

COMO SERÁ EFETUADA ESTA MUDANÇA TÃO NOTÁVEL? POR QUE VEREMOS MAIS CLARAMENTE ENTÃO DO QUE AGORA?

Aqui a luz é como a Aurora. É um tênue crepúsculo. No céu será o incêndio do meio dia. Deus declarou algo de Si mesmo por boca de seus santos profetas e apóstolos. Agradou-Lhe falar-nos mais claramente através dos lábios de Seu Filho, a quem nomeou herdeiro de todas as coisas, para nos mostrar mais abertamente os pensamentos de Seu coração e o desejo se Sua vontade.

Deus, o único sábio Deus, descobrirá para nós os mistérios e nos exibirá a glória do Deus sempiterno. A revelação que agora temos é apropriada para nós como homens revestidos com nossos pobres corpos mortais; a revelação então será apropriada para nós como espíritos imortais. Quando sejamos ressuscitados dos mortos, a revelação será apropriada para nossos corpos espirituais e imortais. Aqui também estamos distanciados de muitas das coisas das quais desejamos conhecer, mas lá estaremos mais próximas delas.

Vemos Cristo através do telescópio da fé, mas então o veremos cara a cara. Sua presença literal e corporal está no céu, desde que foi levado para cima, e nós precisamos ser levados para cima de igual maneira para estarmos com Ele, ali onde está, para que possamos contemplá-Lo literalmente. Aproxime-se do manancial e entenderás muito mais; situe-se no centro e as coisas parecerão regulares e ordenadas.
Cheguemos a Deus, o centro, e veremos como a providência gira em torno do Seu trono de safira.
Nós mesmos, também, quando cheguemos ao céu estaremos mais qualificados para ver do que estamos agora.

Nossos órgãos naturais estão adaptados para nossa presente esfera de ser; e nossas faculdades mentais estão, no caso da maioria de nós, adequadamente adaptadas a nossos requerimentos morais. Se soubéssemos mais de nossa própria pecaminosidade, poderíamos ser conduzidos ao desespero; se conhecêssemos mais da glória de Deus, poderíamos morrer de terror; se tivéssemos mais entendimento, a menos que tivéssemos uma capacidade equivalente para emprega-lo poderíamos estar cheios de arrogância e atormentados pela ambição. Porém lá em cima teremos nossa mente e nossos sistemas fortalecidos para receber mais, sem o dano que nos viria aqui por pularmos sobre os limites da ordem supremamente designados e regulados divinamente.

Aqui temos a fumaça do cuidado cotidiano, o pó constante do trabalho árduo, a névoa do problema que se levanta perpetuamente. Não se poderia esperar que víssemos muito dentro dessa atmosfera cheia de fumaça; porém quando atravessemos mais além, não vamos encontrar jamais nuvens congregadas ao redor do sol que ocultem seu sempiterno resplendor. Lá tudo é claro. A luz do dia é serena como o meio dia.

Parece-me que há uma chamada a nossa gratidão. Devemos estar muito agradecidos por tudo o que vemos realmente. Aqueles que não veem agora – ah, nem sequer “como em espelho, obscuramente” – não verão nunca face a face. Os olhos que nunca veem a Cristo pela fé nunca o verão com gozo no céu. Se você nunca se viu como um leproso, mancha do pelo pecado, você nunca será redimido do pecado, renovado pela graça e com espírito revestido. Se você não tem nenhum sentido da presença de Deus aqui, que lhe constranja a adorá-lo e amá-lo, não terá nenhuma visão da sua glória no mais além, que introduza perenemente a plenitude do gozo e do prazer.
Oh, alegre-se pela visão que tem, querido. É Deus quem a deu a você. Você é um cego de nascimento, e “Desde o princípio não se ouviu dizer que alguém pudesse abrir os olhos de um cego”. Este milagre foi operado em ti e podes ver, tu podes dizer: “Uma coisa sei, que tendo sido eu cego, agora vejo”.

Nosso texto nos ensina que esta frágil visão é muito esperançosa. Tu verás melhor pouco a pouco.

Outra lição é a da paciência de uns para com os outros. Os assuntos dos quais falamos hão de suavizar asperezas de nossos debates; quando estamos disputando acerca de pontos de dificuldade havemos de sentir que não devemos nos irar por sua causa, porque depois de tudo, há limites para nossa capacidade presente assim também como para nosso conhecimento atual. Nossas disputas são frequentemente infantis. Bem poderíamos deixar algumas perguntas em suspenso durante algum tempo. Duas pessoas na escuridão diferem em relação a uma cor e estão lutando ruidosamente a respeito. Se introduzíssemos velas e iluminássemos elas não mostrariam o que era; porém se o olhássemos amanhã pela manhã, quando o sol brilha, poderíamos saber de que cor se tratava. Quantas dificuldades na palavra de Deus são dessa ordem! Ainda não podem ser discriminadas justamente; até que o dia amanheça, nem todos os símbolos apocalípticos serão transparentes para nosso próprio entendimento.
Além disso, não temos tempo a desperdiçar enquanto haja tanto trabalho por fazer. Já se desperdiçou muito tempo.

Quando algumas das coisas que conhecemos forem abertas para nós, confessaremos os erros que cometemos e regozijaremos na luz que receberemos. É natural que queiramos conhecer, mas não conheceremos como somos conhecidos até que estejamos presentes com o Senhor. Agora estamos numa escola e somos crianças inocentes. Logo iremos a uma universidade – à Grande Universidade do Céu – e receberemos nosso diploma lá. Porém, para alguns de nós em lugar de estarmos ansiosos por ir, estremecemos diante do pensamento da morte, aterra-nos atravessar a porta do gozo! Há muitos seres que morrem subitamente; outros morrem enquanto dormem e outros transitaram do tempo à eternidade passando quase despercebidos diante de quem os acompanhavam junto a seus leitos. Podem ter certeza disso: não há dor por morrer; a dor é por viver. Quando deixarem de viver aqui, acabarão as dores. Não culpem a morte por aquilo pelo qual não merece ser culpada; a vida subsiste na dor; a morte é o final da dor. O homem que tem medo de morrer deveria ter medo de viver. Deve estar contente em qualquer momento que a vontade do Senhor assim ordene.
Encomenda teu espírito à Sua Guarda. Quem que somente tenha visto os vislumbres de Seu rosto resplandecente, não desejaria ver Seu rosto, que é como o sol que brilha em sua potência? Oh, Senhor seja feita a Tua vontade! Vemos agora e esperamos ver ainda melhor? Então, bendigamos o nome do Senhor, que nos escolheu por Sua benignidade e por Sua infinita misericórdia. Por outro lado, deve ser causa de grande ansiedade se não crer em Jesus, pois quem não creu Nele, moribundo como está, não verá nunca o rosto do Senhor com gozo.

Oh incrédulo! Preocupa-te por tua alma e busque a Ele e peça socorro. Oh, que Deus abrisse teus olhos nessa mesma oração! É uma benção que conheças em parte.

Que conhecer a Ele seja tua feliz porção, já que esse conhecimento é vida eterna.

FONTE
Traduzido de http://www.spurgeon.com.mx/sermon1002.pdf
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio
público e com permissão
Sermão nº 1002—Volume 17 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit,
Original em inglês: NOW, AND THEN
Tradução: Weslei Roberto Cândido
Revisão: Armando Marcos
Projeto Spurgeon – Proclamando a CRISTO crucificado.
www.projetospurgeon.com.br
@ProjetoSpurgeon
Publicado no Projeto em novembro de 2011

Experimentar o melhor dessa terra, depende de você!

"Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o bem dessa terra." (Isaías 1:19) Quer alcançar bênçãos grandiosas e ver o cumprimento das m...