quinta-feira, 23 de março de 2017

Cristo e eu!

Jesus Cristo, o FILHO do Deus VIVO, me amou de tal maneira, que deu sua vida por mim, para que eu pudesse viver, e também restaurou minha comunhão com Deus.
Essa verdade traz paz a sua alma?
Que tipo de relacionamento você tem com aquele que foi seu substituto na cruz do calvário?
CRISTO e eu, eu e CRISTO, tenho intimidade com ELE? Somos amigos?
Conheço-O verdadeiramente? Sei o que ELE espera de mim? O que estou disposto a fazer por ELE?
São perguntas que todo cristão deve fazer a si mesmo.
Quanto de CRISTO há em mim e quanto de mim eu desejo que seja DELE?
Deus tem um propósito para a sua vida e por isso lhe deu um salvador pessoal. CRISTO deseja se relacionar com você, de modo que estejam entrelaçados e ninguém consiga separá-los. Você deseja esse grau de relacionamento?
Estive lendo um dos sermões de Charles H. Spurgeon e mais uma vez pude sentir CRISTO nas palavras desse homem. As pessoas conseguem sentir CRISTO em você?
Quanto mais perto DELE estiver, mais parecido com ELE se tornará.
Seguem trechos desse sermão, peço ao Espírito Santo que fale ao seu coração de maneira poderosa!

Cristo e eu – Charles H.Spurgeon

N° 781 - Sermão pregado na manhã de Domingo, 17 de Novembro de 1867
Por Charles Haddon Spurgeon No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.

“Com Cristo estou juntamente crucificado, e já não vivo eu, mas vive Cristo em mim; e o que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus,
o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”. Gálatas 2:20.

Quantos pronomes pessoais da primeira pessoa há neste versículo? Acaso não são oito? Há uma copiosa presença de “eus” e “meus”. O texto não contém nenhum plural; não menciona ninguém mais, mas indica que o apóstolo trata acerca de si mesmo, de sua própria vida interior, do amor de Cristo por ele e do grande sacrifício que Cristo realizou por ele. “O qual me amou e se entregou por mim”.
Isso é introdutivo, pois um sinal distintivo do cristianismo é que faz ressaltar a individualidade da pessoa. Não nos faz egoístas, pelo contrário, cura- nos desse mal, mas com tudo isso, manifesta em nós uma identidade mediante a qual nos tornamos conscientes, de maneira eminente, de nossa individualidade pessoal.

Os homens se consideram como absorvidos pela humanidade universal; têm uma ideia muito confusa acerca de suas obrigações independentes para com Deus e de suas relações pessoais para com seu governo, mas o Evangelho, como telescópio, isola o homem frente a si mesmo, faz com que se veja como uma existência separada, e o obriga a meditar sobre seu próprio pecado, sobre sua própria salvação e sua própria condenação pessoal, a menos que seja salvo pela graça.

No caminho estreito que conduz à vida eterna, cada viajante é único; atrai sua atenção; é um homem devidamente identificado. Tendo que ir contra a corrente geral dos tempos, o crente é um indivíduo sobre o qual pousam olhos observantes. É um indivíduo distinto tanto para ele mesmo quanto para o resto dos de sua classe.

Você não sabe nada sobre a conversão se crê meramente na depravação e ruína humana, mas nunca sentiu que você é depravado, e que você mesmo está arruinado. Por cima de todas as calamidades gerais da raça, haverá um infortúnio particular que é de sua propriedade. Se é que o Espírito Santo lhe convenceu do pecado; você clamará igual àquele profeta de Jerusalém de voz suplicante nos dias do sítio: “Ai de mim!”; sentirá como se as flechas de Deus estivessem apontando principalmente para você, e como se as maldições da lei fossem cair seguramente sobre você e sobre ninguém mais.

Certamente, querido ouvinte, você não sabe nada sobre a salvação a menos que tenha olhado pessoalmente, com seus próprios olhos, para Jesus Cristo. Você tem que receber pessoalmente o Senhor Jesus Cristo, nos braços de sua fé e no peito do seu amor; e, se você não tem confiado no Crucificado, enquanto tem ficado só em contemplação aos pés da cruz, então você não tem crido para a vida eterna.

Logo, como consequência de uma fé pessoal e individual, o crente goza de uma paz pessoal; ele sente que se toda terra estivesse pegando em armas, ele ainda encontraria repouso em Cristo, e esse repouso é peculiarmente seu, independentemente de seus companheiros. Você pode falar dessa paz em outros, mas não pode comunicá-la; outros não podem dá-la, nem podem tirá-la. Onde quer que haja verdadeiro arrependimento na alma, logo conduz a uma consagração pessoal a Deus.

O homem se aproxima do altar de Cristo e exclama; “eis-me aqui; Oh, Senhor supremamente glorioso, eu sinto que meu culto racional é dar-Te espírito, alma e corpo. Que outros façam o que quiserem, mas eu e minha casa serviremos ao SENHOR Jeová.

O homem regenerado sente que a obra de outros não o exonera do serviço, e a fraqueza geral da igreja cristã não pode ser uma desculpa para sua própria indiferença. Ele se destaca na luta contra o erro inclusive como um protestante solitário, se fosse necessário.

Descobre que estava pessoalmente perdido, e que foi salvo pessoalmente, e agora sua oração é: “Senhor, mostra-me o que queres que eu faça; aqui estou eu, envia-me”. Eu creio que na medida em que nossa piedade esteja definitivamente na primeira pessoa do singular será forte e vigorosa.

Ademais, creio que na medida em que compreendamos plenamente nossa responsabilidade pessoal para com Deus, será mais provável que a cumpramos, mas se não a temos entendido realmente, é muito provável que sonhemos em trabalhar para Deus mediante uma autoridade, e que atuemos como se pudéssemos transladar a responsabilidade de nossos próprios ombros às costas de uma sociedade ou de uma igreja. Desde seu alvorecer até sua glória do meio-dia, a personalidade da verdadeira piedade é sumamente observável. Todo o ensinamento de nossa santa fé leva para essa direção. Nós pregamos a eleição pessoal, o chamado pessoal, a regeneração pessoal, a perseverança pessoal, a santidade pessoal, e não conhecemos nenhuma obra da graça que não seja pessoal para aquele que a professa.

Não há nenhuma doutrina na Escritura que ensine que o homem pode ser salvo pela piedade de outro. Eu não pude descobrir nada parecido à salvação por patrocínio, exceto no único caso do patrocínio do Senhor Jesus Cristo.

Eu encontro, na verdade, que devemos levar as cargas uns dos outros com respeito à simpatia, mas não no sentido da substituição. Cada ser humano
tem de levar sua própria carga, e tem de dar conta de si mesmo ante Deus.

Quando o homem é sepultado com Cristo, por exemplo, pelo ato público do batismo, não pode estar morto por outro ou ser sepultado por outro, nem pode ressuscitar no lugar de outro. Dá-se o ato pessoal de imersão para manifestar nossa morte pessoal para o mundo, nosso pessoal enterro com Cristo e nossa ressurreição pessoal com Ele. Assim também, na Ceia do Senhor, o ato individual de cada pessoa que come e bebe por si mesma, declara de maneira muito manifesta que nos apresentamos como indivíduos diante do Senhor, nosso Deus, em nosso vínculo com o Senhor Jesus Cristo.
Oh, ocioso membro da igreja, eu lhe suplico, sacuda-se do seu pó; não seja tão infame para apropriar-se dos trabalhos de outras pessoas. Diante do seu próprio Senhor, você se sustentará ou cairá sobre seu próprio serviço individual ou sua negligência individual, e se você não produzir nenhum fruto por si mesmo, todo o fruto dos outros ramos não lhe servirá de nada. “Toda árvore que não dá bom fruto é cortada e jogado no fogo”. “Todo galho que em mim não produz fruto será tirado”.

Acaso o Senhor não me diz: “Como me enviou o Pai, assim também eu os envio?
Agora notem, o Pai não enviou Cristo para que procurasse um delegado e fosse um Redentor nominal, mas que Jesus se entregou a si mesmo por nós em um serviço e um sacrifício pessoal; de igual maneira, Jesus nos envia para que o sirvamos. Vocês não podem se exonerar do seu chamado pessoal
não podem se liberar, em seu nome, de uma só partícula do que você deve pessoalmente ao seu Senhor. Lembrem que diante de Deus tem de ser avaliados pelo que vocês sentem, pelo que vocês conhecem, pelo que vocês têm aprendido e pelo o que vocês têm feito.

Um indivíduo deve nascer de novo, ou não é um filho de Deus. Um indivíduo deve ter uma fé viva no Senhor Jesus Cristo, ou do contrário não é  cristão.
Outros dizem: “minha mãe e meu pai professaram sempre essa religião, e portanto, eu estou obrigado a fazer o mesmo”. É um glorioso raciocínio apropriado, certamente, para os idiotas!
Pensa um homem que porque sua mãe foi pobre, ou seu pai foi um indigente, que ele mesmo tem que seguir sendo um mendigo? Se meu progenitor foi um cego, estou obrigado a jogar meus próprios olhos fora para ser como ele? Não, mas se contemplei a luz da verdade de Jesus Cristo, devo segui-la e não hei de ser desorientado pela ideia de que a superstição hereditária é menos perigosa ou errônea, porque uma dúzia de gerações foram enganadas por ela. Você tem que se apresentar diante de Deus, meu querido amigo, com seus próprios pés, e nem mãe nem pai podem tomar o seu lugar, portanto, julgue por si mesmo; busque a vida eterna; levante seus olhos para a cruz de Cristo pessoalmente, e que seja seu sério empenho que você mesmo seja capaz de dizer: “Ele me amou e se entregou por mim”.
Todos nascemos sozinhos; viemos a esse mundo como peregrinos para percorrer uma trilha que unicamente nossos próprios pés podem percorrer. Todos os nossos companheiros são apenas barcos que navegam ao nosso lado, barcos diferentes que levam, cada um deles, sua própria bandeira. Ninguém pode mergulhar na profundidade de nossos corações. Há armários na alcova da alma que ninguém pode abrir senão a própria pessoa. Temos que morrer sós; os amigos podem rodear o leito, mas o espírito que  parte tem de alçar voo sozinho.
Esperamos nos apresentar diante do tribunal em meio a uma grande assembleia, mas ainda para ser julgados como se ninguém mais estivesse ali. Se toda essa multidão é condenada, e nós estamos em Cristo, seremos salvos, e se todos eles forem salvos, e nós encontrados em falta, seremos descartados.
Cada um de nós será colocado só nas balanças.
Na ressurreição, cada semente receberá seu próprio corpo. Haverá uma individualidade no corpo do ressuscitado naquele dia de prodígios, uma individualidade extremamente marcada e manifesta. Se eu sou condenado ao final, ninguém pode ser condenado pelo meu espírito; nenhuma alma pode entrar nas câmaras de fogo em meu nome para suportar por mim a indizível angústia. E, bendita esperança, se sou salvo, serei eu quem verá o Rei em sua formosura; meus olhos o verão, e não outro em meu lugar.
Os gozos do céu não serão gozos através de um substituto, mas os desfrutes pessoais daqueles que tiveram uma união pessoal com Cristo.
Nenhum homem sensato pensa que outro pode comer por ele ou beber por ele, ou se vestir por ele, dormir por ele ou acordar por ele.
Os homens anseiam possuir eles mesmos as riquezas; desejam ser felizes e reconhecidos pessoalmente. Oh, não façamos papel de tolos com as coisas eternas, mas desejemos ter um interesse pessoal por Cristo, e logo aspiraremos dar a Ele, que merece tanto, nosso serviço pessoal, entregando espírito, alma e corpo à Sua causa.
Leiam o texto de novo: “Com Cristo estou juntamente crucificado, e já não vivo eu, mas Cristo que vive em mim; e o que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus, aquele que me amou e se entregou por mim”. Aí está o homem, mas aí está o Filho de Deus de maneira facilmente percebida, e as duas personalidades estão singularmente entrelaçadas. Parece que vejo duas árvores à minha frente. São plantas individuais que crescem uma junto à outra, mas ao analisar sua parte inferior, observo que as raízes estão tão entrelaçadas e entrecruzadas que ninguém pode separar as árvores individualmente e atribuir os membros de cada uma a sua própria unidade. Assim são Cristo e o crente.
Entrelaçadas com nossa história e personalidade estão a história e a personalidade do homem Jesus Cristo, e nós somos um com Ele para sempre.
Observem os pontos de contato. Primeiro Paulo diz: “Com Cristo estou juntamente crucificado”; o que pretende dizer? Que ele acreditava na representação de Cristo na cruz; que quando Jesus Cristo foi cravado na cruz, não pendeu de lá como uma pessoa privada, mas como o representante de Seu povo escolhido.
O apóstolo dos gentios se deleitava pensando que como um membro do povo escolhido de Cristo, ele morreu na cruz em Cristo. Fez algo mais que crer nisso doutrinalmente, pois o aceitou confiadamente, depositando sua esperança nisso. Acreditava que em virtude da morte em Cristo, ele mesmo havia pago à lei o que devia, que havia satisfeito à justiça divina, e que havia encontrado a reconciliação com Deus. Amados, quão bendito é quando a alma pode, por dizer assim, estender-se sobre a cruz de Cristo e sentir: “estou morto; a lei me matou, maldisse-me, imolou-me e, portanto, sou livre do seu poder porque em minha Fiança levei a maldição, e na pessoa de meu Substituto foi executado contra mim tudo o que a lei podia fazer como condenação, pois estou crucificado com Cristo”. Oh! Quão bendito é quando a cruz de Cristo é posta sobre nós: como nos ressuscita!
A união com o Salvador sangrento e sofredor e a fé no mérito do Redentor,
são coisas que reanimam a alma. Paulo quis dizer que não somente acreditava na morte de Cristo e confiava nela, mas que efetivamente sentia em sua pessoa o seu poder, o qual gerava a crucificação de sua velha natureza corrupta.
Se você se concebe como um homem executado, de imediato percebe que sendo executado pela lei, a lei não tem nenhuma reclamação adicional sobre você e resolve, ademais, que tendo provado uma vez a maldição do pecado pela sentença ditada sobre você, não cairá novamente nessa mesma ofensa, mas a partir de agora, sendo liberado milagrosamente da morte à que a lei lhe levou, viverá em vida nova. Quando via os prazeres do pecado, dizia: “não posso desfrutá-los; estou morto para eles”.
Notem, em continuação, outro ponto de contato. Paulo disse: “Contudo vivo”, mas logo corrige a si mesmo: “e já não vivo eu, mas Cristo que vive em mim”. Vejam vocês o estado morto de um crente: está surdo, mudo, cego e sem sentimento quanto ao mundo pecador, e não obstante, acrescenta: “Contudo vivo”. Explica qual é a sua vida: sua vida é produzida nele em virtude de que Cristo está nele e ele está em Cristo. Jesus é a fonte da vida do cristão. A “alma” da videira vive inclusive nos minúsculos raminhos.
Não importa quão diminuto possa ser o nervo, o especialista em anatomia dirá que a vida cerebral palpita na extremidade mais distante. A vida que mantém em existência sua fé, sua esperança e seu amor, provêm de Jesus Cristo e unicamente Dele. Nós cessaríamos de ser santos se não recebêssemos
diariamente uma graça proveniente do Cabeça da Aliança. Como a força da nossa vida vem do Filho de Deus, então Ele é o governador e o poder matriz em nosso interior. Como pode ser cristão alguém que é governado por qualquer coisa que não seja Cristo? Se chama Cristo “Mestre e Senhor”, você tem que ser Seu servo; tampouco podes render obediência a nenhum poder rival, pois ninguém pode servir a dois senhores.
Tem que haver um espírito orientador no coração, e a menos que Jesus Cristo seja para nós esse espírito que orienta, não somos salvos. A vida do cristão é uma vida que brota de Cristo, e é controlada por sua vontade.
Um cristão deveria ser uma fotografia vivente do Senhor Jesus Cristo, ser uma impactante semelhança do seu Senhor. Quando os homens o olham deveriam ver não só o cristão, mas o Senhor do cristão, pois deveria ser como seu Senhor. Você sente no interior da sua alma que Cristo olha por seus olhos para os pobres pecadores e considera como poderia ajudá-los; que Cristo palpita em seu coração, sentindo pelos que perecem, tremendo por aqueles que não querem tremer por eles mesmos?
Vocês sentem que Cristo abre as suas mãos em generosa caridade para ajudar os que não podem ajudar a si mesmos? Sentiram alguma vez que algo diferente de você mesmo estava em você, um espírito que algumas vezes luta para fazê-lo melhor, e o ajuda a destruir seu egoísmo pecaminoso; um espírito nobre que põe seu pé sobre o peito da ganância, que leva ao solo o seu orgulho, um espírito ativo e fervente que queima sua ociosidade? Você nunca sentiu isso? Certamente nós que vivemos para Deus sentimos a vida de Deus em nosso interior e desejamos ser submetidos cada vez mais ao espírito dominante de Cristo, para que nossa humanidade possa ser um palácio para o Bem Amado.
Prosseguindo, o apóstolo diz: E o que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus. A vida do cristão deve ser em cada momento uma vida de fé. Cometemos um erro quando procuramos caminhar guiados pelo sentimento ou pela vista.
Entendi que o caminho da vida seria sempre de tal maneira que nenhuma experiência poderia substituir minha dependência de Deus.
O Senhor nos guia se estivermos dispostos a fazer simplesmente o que Ele nos pedir. Apoiem-se Nele, então.
Vocês devem seguir em frente, crendo em Cristo a cada instante, crendo que os pecados de vocês são perdoados ainda quando em sua negrura, crendo que estão seguros, mesmo quando parecer que estão no maior perigo, crendo que estão glorificados com Cristo, quando sentem como se estivessem fora da presença de Deus, esta é a vida da fé. Ademais, Paulo nota outros pontos de unidade. O qual me amou”. Bendito seja Deus porque antes que os montes alçassem seus picos coroados de neve até as nuvens, Cristo havia posto Seu coração em nós.
O todo glorioso Filho de Deus o escolheu, e o desposou, para que pudesse ser seu por toda a eternidade. Temos aqui uma bendita união em verdade.
Observem o que segue: “e entregou a si mesmo por mim”; não só deu tudo o que tinha, mas entregou a si mesmo; não deixou simplesmente de lado Sua glória, Seu esplendor e Sua vida, mas entregou Sua própria pessoa. Oh, herdeiro do céu, Jesus é seu neste momento. Havendo se entregado uma vez por você sobre o madeiro para quitar seu pecado, entrega-se a você neste momento para ser sua vida, sua coroa, seu gozo, sua porção, seu todo em tudo. Você descobriu que é uma personalidade única, e uma individualidade, mas essa personalidade está ligada com a pessoa de Cristo Jesus de maneira que você está em Cristo e Cristo em você; por uma bendita união indissolúvel, vocês estão entrelaçados pelos séculos dos séculos. Quando um homem descobre e se reconhece ligado a Cristo, sua vida é completamente uma nova vida.
Crente, sobre sua velha vida foi pronunciada a sentença de morte. A mente carnal, que é inimizade contra Deus, está condenada à morte. Você pode dizer: “morro diariamente”. Oxalá que a velha natureza estivesse completamente morta. Mas a vida que você tem não lhe foi dada até que entrasse em união com Cristo.
Você recebeu uma vida do alto, uma vida que o Espírito Santo operou em você na regeneração. O que é nascido da carne, carne é, mas sua vida de graça não provém de você mesmo; você nasceu de novo do alto.
A vida do cristão é um enigma. Nenhum mundano pode compreendê-la.
Não espere que o mundo o entenda, pois não entendeu seu Senhor. Quando suas ações são incompreendidas e seus motivos ridicularizados, não se surpreenda. “Se fosses deste mundo, o mundo amaria o que é seu; mas porque não é deste mundo, antes eu os escolhi do mundo, por isso o mundo os aborrece”. Se pertencesse à aldeia, os cachorros não latiriam para você. Se os homens pudessem ler você, não se surpreenderiam; porém você estar escrito numa língua celestial que os homens não podem compreender e pensam que você não vale nada. Sua vida é nova; sua vida é diferente.
Esta vida maravilhosa, resultante na mescla da personalidade do Filho de Deus e do crente, é uma vida verdadeira.
Isto é expresso no texto, “No entanto, vivo”, sim, vivo como nunca antes vivi.
Quando uma alma se sobressalta com os trovões da convicção e depois recebe o perdão em Cristo, começa a viver.
Não há que desperdiçar nem gastar mal o tempo. Vivam de tal maneira que demonstrem que vocês possuem a mais nobre forma de vida. É claro também, que a nova vida que Cristo nos traz é uma vida de abnegação, pois agrega “e vivo, já não eu”. A humildade mental é parte e porção da piedade. Quando o crente ora melhor, diz: “Sem dúvida, não eu, mas o Espírito de Deus intercedeu em mim”. Se ganhou almas para Cristo, diz: “Não eu; foi o Evangelho; o Senhor Jesus operou poderosamente em mim”. “Não a nós, SENHOR Jeová, não a nós, mas a seu nome a glória. A humilhação de si mesmo é o espírito inato do filho de Deus verdadeiramente nascido de novo.
Cristo tem que ser o único pensamento, a única ideia, o único pensamento condutor na alma do crente. Quando se desperta na manhã, o crente saudável se pergunta: “Que posso fazer por Cristo?” Quando está realizando seu trabalho se pergunta: “Como servirei ao meu Senhor em todas as minhas ações?”
Quando ganha dinheiro, se pergunta: “Como posso usar meus talentos em favor de Cristo?” Se adquire educação, a pergunta é: “Como posso inverter meu conhecimento em favor de Cristo?”.
A vida de Cristo na terra foi o divino fundido com o humano; assim é a vida do cristão; há algo divino nela; é uma semente viva e incorruptível, que permanece para sempre. Somos feitos partícipes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que está no mundo graças à lascívia; sem dúvida, nossa vida é uma vida plenamente humana.
Visualizem a vida de Cristo na terra, amados, e isso é o que a vida de Deus em nós deveria ser, e o será na medida em que estejamos sujeitos ao poder do Espírito Santo.
Não devemos pensar em nos manter afastados de nossos semelhantes como se nos degradássemos ao nos misturar com eles. O sal da terra deve ser misturado aos alimentos, e de igual maneira o cristão deve se misturar aos seus semelhantes, buscando seu bem para a edificação.
Nossa religião não nos faz nem mais nem menos humanos, ainda que nos coloque na família de Deus. Contudo, a vida cristã é uma vida de fé. “O que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus”. A fé não é uma peça de decoração que deve ser colocada sobre as mesinhas da sala, ou um vestido que deve ser usado nos domingos; é um princípio de trabalho, que deve ser usado no estábulo e no campo, na oficina e na casa de cambio; é uma graça para a ama da casa e para o servo; e para a Câmara dos Comuns e para a oficina mais pobre. “O que agora vivo na carne, vivo na fé”.
Qualquer que seja o ofício, a fé deve ser incorporada em seus chamados cotidianos, e essa é unicamente a fé viva e verdadeira que passará na prova prática.
Para concluir: a vida que provém da personalidade enraizada de Cristo e o crente é uma vida de perfeito amor.Ele se entregou por mim”. Portanto, minha pergunta é: o que posso fazer por Ele? A nova vida é uma vida de santa segurança, pois, se Cristo me amou, quem poderia me destruir?
É a vida do céu, pois, se tenho a Cristo, tenho o que é a essência e a alma do céu.
Vá para casa e viva da verdade, pratique o que for praticável, alimente-se da palavra, regozije-se em Cristo Jesus, porque você é um com Ele, e então, em sua própria pessoa, ande e sirva ao seu Senhor com todo o esforço que lhe for possível e que o Senhor lhe envie Sua abundante bênção.


Deus abençoe sua vida!

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