Antes de iniciar a leitura do texto abaixo, gostaria que fizesse a si mesmo a seguinte pergunta: Estou produzindo bons frutos para CRISTO?
Responda-a com
toda a sinceridade, lembrando de algo que o salmista relatou: ”Cercas o meu
andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra
na minha língua, eis que, oh Senhor, tudo conheces.” (Salmos 139:3-4)
Você tem feito o que JESUS o designou a fazer? E isso tem gerado frutos?
De que maneira
você professa sua fé e executa a ordem do Senhor?
A bíblia relata que: “A obra de cada um se manifestará; na verdade, o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.” (1 Coríntios 3: 13-14)
Não tenham apenas aparência de servos de CRISTO,
mas o sejam em espírito, em verdade, em obras e em testemunho.
A seguir, seguem trechos de um sermão de Charles H.Spurgeon, intitulado: “A figueira murcha” que faz uma reflexão sobre que tipo de cristão nos tornamos e quais frutos temos produzido.
Espero que seu
coração seja uma terra frutífera e que produza frutos dignos do Senhor.
A FIGUEIRA MURCHA (Charles H. Spurgeon)
Sermão pregado na manhã do dia do Senhor, em 29 de setembro de 1889, no Metropolitan Tabernacle em Newington, Londres.
"E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde pernoitou. Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome; e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe: nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. Vendo isto os discípulos, admiraram-se e exclamaram: Como secou depressa a figueira!" (Mateus 21:17-20)
Este é um milagre e uma parábola. Ele coloca a verdade diante dos olhos dos homens nessa ocasião, a fim de que a lição produza uma impressão mais profunda na mente e no coração.
Não somos daqueles que se chegam à Palavra de Deus com a fria impertinência do crítico, considerando que somos mais sábios do que o Livro e, portanto, capazes de julgá-lo. Cremos que o Espírito Santo é maior do que o espírito do homem, e que nosso Senhor e Mestre era melhor juiz daquilo que é bom e reto do que qualquer um de nós o pode ser. Nosso lugar é aos Seus pés; não somos capciosos, mas seguidores. Tudo quanto Jesus faz e diz, nós o consideramos com a mais profunda reverência; é nosso desejo principal aprender dEle tanto quanto podemos. Vemos grandes mistérios nas Suas ações mais singelas, e ensinamentos profundos nas Suas palavras mais claras.
Nosso Senhor teria feito bom uso da figueira se tivesse ordenado que fosse
transformada em lenha para aquecer as mãos frias, mas fez uso melhor quando a
usou para aquecer os corações frios.
O nome de santo, se não for justificado pela santidade, é uma ofensa aos homens
honestos, e muito mais a um Deus santo.
HÁ NO MUNDO CASOS DE PROFISSÃO PROMISSORA, PORÉM INFRUTÍFERA.
As pessoas envolvidas neles
superam, em muito, tantas outras. Sua
promessa é bem audível, e seu exterior é muito impressionante. Parecem árvores
frutíferas; esperamos delas muitas cestadas dos melhores figos. Elas impressionam com sua conversa, com os seus modos,
contudo, quando sua hipocrisia é desnudada, alguns tendem a desprezar a
religião, como também os que fingem ser religiosos. Acaso vocês não conhecem
pessoas que na aparência são tudo e na realidade não são nada?
O evangelho
chegou a esses somente em palavras. A obra do
Espírito Santo lhes é desconhecida.
Não conhecemos
homens e mulheres cujas vidas negam o que os seus lábios professam?
O homem é
algo, e depois professa ser aquilo; ele é iluminado,
e depois brilha;
arrepende-se e crê, e depois confessa seu arrependimento e
sua fé da
maneira bíblica, mediante o batismo em Cristo.
Ora, não tenho nada contra a rapidez da conversão; pelo contrário, eu a
admiro, se for genuína; mas não posso julgar que seja até ver os frutos e as
evidências na vida. Se a mudança do comportamento for nítida e veraz, não me
importa quão rapidamente a obra é feita; mas precisamos ver a mudança.
Será motivo de ruína se a convicção do pecado for menosprezada, o arrependimento
omitido, a fé imitada, o novo nascimento falsificado, e a espiritualidade
fingida.
Precisamos ter figos antes de folhas, atos antes de declarações, fé antes do batismo, união com Cristo antes de união com a igreja.
Deus tem Seus santos que estão cheios de boas obras quando o amor doutras
pessoas tem se esfriado. O Senhor levanta alguns para serem estandartes da
verdade, pontos de reagrupamento na batalha. O Senhor pode tornar os jovens
maduros, e os novos convertidos, úteis.
Quando as pessoas de destaque revelam ser tudo quanto professam ser, são
uma grande bênção.
Quando, porém, pegamos o texto e o
aplicamos aos nossos próprios corações, não precisamos aplicá-lo tão suavemente
como o fazemos no caso doutras pessoas.
ESSAS PESSOAS SERÃO INSPECIONADAS PELO REI JESUS.
Ele perscruta totalmente o nosso caráter, para ver se há alguma fé genuína, algum amor verdadeiro, alguma esperança viva, algum gozo que seja fruto do Espírito Santo, alguma paciência, alguma abnegação, algum fervor na oração, algum andar com Deus, alguma habitação do Espírito Santo; e se Ele não vir tais coisas, não ficará satisfeito com a frequência à igreja, às reuniões de oração, às santas ceias, às leituras bíblicas, aos sermões, porquanto todas essas coisas podem não passar de folhagem.
Notem que o que Jesus está procurando não são suas palavras, suas resoluções, suas alegações, mas sua sinceridade, sua fé interior, suas pessoas sendo realmente trabalhadas pelo Espírito de Deus para produzirem frutos dignos do Seu reino.
Nosso Senhor tem o direito de esperar fruto
quando Ele vem procurá-lo.
Cristo, talvez, não espere fruto provindo dos homens que reconhecem o mundo
e suas épocas mutáveis como sua orientação suprema; mas certamente pode
esperar fruto daquele que crê na Sua própria Palavra. Ele espera fruto
do pregador, do professor da Escola Dominical, do oficial da igreja, da irmã
que dirige uma aula bíblica, daquele irmão que tem ao seu redor um grupo de
jovens que ele orienta no evangelho. Espera fruto de todos aqueles que se submetem à Sua regra
evangélica. Assim como Cristo tinha o direito de esperar fruto de uma figueira
que trazia folhas, assim também Ele tem o direito de esperar grandes coisas
daqueles que se declaram Seus seguidores que nEle confiam.
Fruto éo que o Senhor deseja
ardentemente.
Ele sente fome de termos santidade: Ele anseia para
que o Seu gozo esteja em nós, para que o nosso gozo seja completo. Ele se
aproxima de cada um de vocês e procura ver em vocês as coisas em que a Sua alma
se deleita. Ele quer ver em nós o amor a Ele mesmo, o amor ao
nosso próximo, a fé forte na revelação, a luta sincera a favor da fé que uma
vez foi entregue aos santos, os rogos na oração e o viver cuidadoso em
todas as áreas da nossa existência. Espera de nós ações que são de acordo com a lei de
Deus e com a mente do Espírito de Deus; e se Ele não as receber, estará sendo
privado daquilo que Lhe é devido. Para que Ele morreu, senão para tornar
santo o Seu povo? Para que Ele Se entregou, senão para santificar para Si um
povo zeloso de boas obras? Qual foi a recompensa do suor sanguinolento das
cinco feridas e da agonia da morte, senão que por tudo isso fomos comprados por
um preço? Nós O despojaremos da Sua recompensa se não O
glorificarmos, e por isso o Espírito de Deus fica entristecido diante da nossa
conduta se não proclamarmos os Seus louvores por meio de nossas vidas piedosas
e zelosas.
E notem bem quando Cristo Se aproxima de uma alma Ele a examina com discernimento
agudo. DEle não se zomba. Não é possível enganá-lo. Já
pensei ser figo aquilo que acabou se revelando mera folha — mas nosso Senhor não comete nenhum
engano assim.
Ele conhece o fruto do Espírito, seja em que
estágio este se achar; Ele
nunca confunde a expressão fluente com a possessão real no coração, nem a graça
real com a mera emoção.
O Rei
pronuncia uma sentença justa. Ele sabe exatamente onde estamos, e o que
somos; julga, não segundo a aparência, mas segundo a verdade. Quem dera
que nossa oração subisse ao céu nesta manhã: "Jesus, Mestre, vem lançar
Teu olhar
perscrutador sobre mim, e julga se estou vivendo
para Ti, ou não! Conceda-me que eu veja a mim mesmo conforme Tu me vês, a
fim de que meus erros sejam corrigidos, e minhas graças nutridas. Senhor faça
com que eu seja realmente aquilo que professo ser; e se ainda não o sou,
convença-me da minha falsa condição, e comece uma obra genuína na minha alma.
Se eu sou Teu, e se estou certo aos Teus olhos, conceda-me uma palavra bondosa
de segurança para cessar os meus temores, e alegremente me regozijarei em Ti
como o Deus da minha salvação.
O RESULTADO DA VINDA DE CRISTO SERÁ MUITO TERRÍVEL PARA QUEM FEZ UMA PROFISSÃO PRECOCE -
POREM INFRUTÍFERA
Nada senão folhas significa nada senão
mentiras. Seria essa uma expressão severa?
Se eu professo a fé, sem a possuir, não se trata de uma mentira? Se eu
professo o arrependimento, sem ter-me arrependido, não se trata de uma
mentira? Se eu me reúno com o povo do Deus vivo, sem ter o temor a Deus no meu
coração, não se trata de uma
mentira? Se eu venho à mesa da comunhão, e participo do pão e do vinho, porém
nunca discirno o corpo do Senhor, não se trata de uma mentira? Se eu professo
que defendo as doutrinas da graça, mas não tenho a certeza da veracidade delas,
não se trata de uma mentira? Se nunca senti minha própria depravação,
se nunca fui chamado de modo eficaz, se nunca conheci minha
eleição por Deus, se nunca descansei no sangue remidor, e se nunca fui renovado
pelo Espírito, minha defesa das doutrinas da graça não seria uma mentira? Se
não há nada senão folhas, não há nada senão mentiras, e o Salvador percebe que
a situação é assim. Para Ele, toda a verdura das folhas verdes sem
fruto não passa de dolo. A profissão de fé sem a graça divina é a pompa
funerária de uma alma morta.
Nosso Senhor acabou usando a figueira com bom proveito quando a fez secar, pois ela se tornou, a partir de então, um farol de advertência para todos os demais que oferecem vãs pretensões.
Depois que o Salvador a condenou, Ele pronunciou a sentença contra ela; e qual foi a sentença? Foi simplesmente: "Fica como estava". Era nada mais do que uma confirmação do seu estado. Essa árvore não deu fruto, e nunca mais dará fruto. Se um homem optar por ficar sem a graça de Deus, no entanto, fizer uma profissão de possuí-la, é perfeitamente justo que o grande Juiz diga: "Continue sem a graça". Quando o grande Juiz finalmente falar àqueles que se apartam de Deus, Ele simplesmente lhes dirá: "Apartai-vos!" Durante toda sua vida, sempre se apartaram, e, depois da morte, seu caráter será estampado perpetuamente com a mesma sentença. Se vocês optarem por ficar sem a graça, o estado sem a graça será sua condenação final. "Continue o imundo ainda sendo imundo". Que o Senhor Jesus nos converta, para que sejamos convertidos, e opere em nós a vida eterna para Seu louvor e glória!
Amados, não pensem que qualquer coisa
que meu Senhor possa fazer é dura. Ele é a própria mansidão e ternura.
JESUS é o próprio amor e ternura, e não
quer secar você; nem o fará, se você for simplesmente leal. O mínimo que Ele
pode esperar é que você seja leal àquilo que professa.
Convido-o que venha curvar-se
humildemente aos Seus pés, dizendo: "Senhor, se algo desta verdade
solene se aplica a mim, rogo-Te que o apliques à minha consciência de modo que
possa sentir seu impacto, e fugir para Ti, buscando a salvação".
"Não tenho vergonha de
confessar meu Senhor, nem de defender a Sua causa; e nem de manter a honra da
Sua palavra, A glória da Sua cruz".
Não peço para ser observado; mas não tenho vergonha de ser observado; mas Senhor, faça-me digno de ser observado. Se um comandante dissesse a um
soldado: "Fique firme, mas tome o cuidado de ter os cartuchos prontos,
para não erguer um fuzil vazio", imagine se o soldado respondesse:
"Não posso ser tão exigente. Prefiro fugir para trás". Seria uma
resposta digna? Covarde! Porque seu capitão lhe adverte que não deve ser um
soldado falso, você prefere fugir totalmente!
Você não pertence realmente ao Senhor se não pode suportar a Sua repreensão. Que essas verdades solenes não nos afugentem, mas nos atraiam para dizermos: "Senhor, oro a Ti para me ajudar a confirmar a minha vocação e eleição. Rogo-Te que me ajudes a produzir os frutos esperados, A Tua graça pode fazer isso".
Frutificar é a prova da
vida e do favor.
Deus abençoe sua vida!
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