quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Lançai fora todo medo...

O medo paralisa e bloqueia sua vítima. Ele limita a visão, pois prende a atenção em alguma situação que causa dor ou aflição para a alma.
O fato de você sentir medo, não significa que não tenha fé, porém é muito importante a quantidade de tempo que você se permite senti-lo.
Segundo escreveu Max Lucado:  A presença do medo não significa que você não tem fé. O medo visita à todos , mas faça do seu medo um visitante, não um residente.
Não permita que ele se aloje em sua mente.
Deus, o maravilhoso, bondoso e amoroso PAI afirma que você não tem motivos para temer pois ELE está ao seu lado.

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” ( Isaías 41:10.)

Você tem fé suficiente para tomar posse dessa palavra e guarda-la como certeza em sua mente e coração?
Crê que Deus é capaz de cumpri-la e que ela foi dita a você?
Acreditar que Deus não falhará o ajudará a vencer.
Boa coisa é quando se consegue olhar para o sofrimento e confiar que o Senhor lhe dará a consolação necessária, olhar para suas limitações e acreditar que aquilo que você não consegue realizar, ou que você não pode mudar, Deus pode.
ELE está lhe dizendo para não temer, pois está ao seu lado e o Todo poderoso é a melhor companhia que você poderia ter. O fato de estar lendo esse texto é prova de que assim aprouve a ELE para que soubesse que foi dita a você.
Portanto, amado do Senhor, quando o medo tentar penetrar sua mente, tenha fé, acredite que Deus é poderoso para fazer muito mais abundantemente do que aquilo que você poderia pedir ou pensar.
Abaixo estão alguns trechos do sermão de Charles H.Spurgeon, que falaram grandemente ao meu coração, espero que o Doce e Maravilhoso Espírito Santo de Deus lhe ajude a compreender a profundidade dessa palavra...

LANCAI FORA O MEDO – C.H.SPURGEON
Pregado na noite de domingo de 10 de abril de 1870
Por Charles Haddon Spurgeon
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”  Isaías 41:10.

Para quem são ditas estas palavras?
Essas palavras foram evidentemente ditas pelo profeta, em nome de Deus, para os escolhidos Dele. “Tu és o meu servo, eu te escolhi.” Então, se você ou eu tivermos de encontrar qualquer coisa que seja graciosa e confortável aqui, ela virá a nós, não nas pisadas do mérito, mas sobre o terreno da Graça Soberana. Não será nossa porque nós escolhemos Cristo, mas porque Ele nos escolheu. Nosso Pai celestial tem nos abençoado com todas as bênçãos espirituais de acordo com a Sua escolha por nós em Cristo Jesus desde antes da fundação do mundo. A escolha eterna é o poço do qual flui toda a nascente da misericórdia.
Vocês podem vir a este texto como uma criança que vai à própria mesa de seu pai, e podem tirar dela toda forma de conforto para sustentar seu espírito.
O povo escolhido de Deus do passado foi separado para Ele próprio, e os chamou pela Sua Graça especial – com um chamado gracioso ao qual eles não puderam resistir – e eles vieram imediatamente e se declararam do lado do Senhor.
Você já foi chamado ao ponto de abandonar tudo por Cristo, ou está disposto a fazer isso? Você abandonou seus antigos prazeres e antigas companhias? Agora é separado para Cristo? Oh, se isso aconteceu, não deixe que nada o impeça de aproveitar as riquezas desse texto, pois cada frase confortável dele pertence a você!
Lembre-se que um servo não faz a sua própria vontade, pois logo chegaria ao seu limite se carregasse todos os seus caprichos e desejos. Mas ele toma a sua orientação da boca e dos olhos de seu mestre. Você submeteu sua vontade à vontade de Deus? Não é mais governado por um espírito elevado e orgulhoso que chora, “Quem é o Senhor para que lhe ouça a voz? Você deseja saber qual é a vontade de Deus, e depois fazer apenas o que Ele propõe a você? Você considera sua maior honra ser chamado um servo de Cristo? É por Ele que você vive? É a sua glória o seu maior objetivo? Se sim, então vocês que estão dispostos a trabalhar podem vir e banquetear sobre o texto, pois cada doce palavra dessas pertencem à vocês, visto que vocês servem ao Senhor Jesus Cristo.
Oh, temos tanto a ser gratos, e muito em que nos regozijarmos, pois a perseverança é uma grande promessa e grande penhor da salvação final. “Ao vencedor, a coroa da vida.” E a nós, como temos visto até agora, pertencem as promessas do texto.
O texto pertence aos escolhidos de Deus. Aqueles que são Dele por terem sido separados do mundo.
Vamos discorrer o texto em três partes: Aqui está, em primeiro lugar, uma doença muito natural – o medo. Em segundo lugar, um comando contra o medo – “Não temas”. E em terceiro lugar, a promessa de Deus em nos ajudar a superá-lo. E essa promessa é dada de três ou quatro maneiras para que nós possamos expulsar o medo com um chicote de várias correias. 
Primeiramente, somos lembrados DE UMA DOENÇA MUITO COMUM ENTRE OS BONS HOMENS – MEDO E DESÂNIMO. Essa doença do medo veio ao coração do homem junto com o pecado. Adão nunca teve medo de Deus, até o dia em que descumpriu o Seu mandamento. Quando o Senhor Deus caminhava no jardim na viração do dia, e Adão ouvia os passos do Todo Poderoso, ele apressava-se para entrar em comunhão com Deus, da mesma forma que uma criança querida fala com um pai amoroso. Mas no momento em que ele tocou o fruto proibido, ele correu e se escondeu.
É o pecado, a consciência do pecado, que “nos faz a todos covardes”.
O medo que causa a escravidão nunca teria vindo ao nosso espírito se nós não tivéssemos, antes de tudo, transgredido a Sua Lei. O pecado é a mãe do medo que nos atormenta.
E, irmãos, o medo permanece nos homens bons porque o pecado permanece neles. Se eles tivessem atingido a perfeição do amor, isso expulsaria o medo, pois o medo traz tormento. Mas, uma vez que a carne ainda está neles, e os desejos ainda se esforçam para comandar, até o mais santo dos povos de Deus fica, às vezes, aflito com os escárnios do “filho da escrava”.
Na medida em que a Divina Graça cresce e aumenta em poder, o medo diminui. E quando o pecado for cortado pela raiz e seus ramos forem tirados, então, nem dúvida, nem medo irão nos maltratar novamente. Tira-nos dessas casas de barro. De uma vez nos livrará de todo o pecado que nos habita – e nossos espíritos irão buscar a Deus como as faíscas procuram o sol.
Mas até então, desde que por motivo de fraqueza, o pecado prevaleça às vezes, o medo também prevalece, e nós somos tristemente humilhados.
O medo, vindo com o pecado, sendo sustentado por ele, logo encontra alimento com o qual vai viver. Deixe que o fiel olhe para dentro de si, e, meus irmãos, ele só precisa fazer isso por um momento para encontrar razões abundantes para ter medo. “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para dentro do coração ainda propenso a vaguear “Eu não vou seguir o meu caminho.” “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para o pecado, “eu vou tropeçar, eu não vou perseverar até o fim.”
A Graça está ali, é verdade, mas o medo cega a melhor natureza, e fixa seu olhar somente no corpo dessa morte.
Suponho que, se qualquer um de nós pudesse ver o seu próprio coração da maneira como ele realmente é, enlouqueceria. Mas a Fé olha para todas as ruínas da queda e acredita que o sangue de Cristo trará a vitória. Pois “onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.
Mas o Medo diz, “Eu um dia cairei nas mãos do inimigo. Um barco tão fraco como o meu nunca vai conter a enchente e resistir à tempestade, mas sim sofrer um naufrágio no fim de tudo.” E depois, meus irmãos, se o Medo encontrar alimento dentro, logo irá encontrar alimento fora. Às vezes é pobreza, doença, às vezes é a recordação do passado e, tão frequentemente, temor do futuro. Até aqueles que têm fé em Deus podem ocasionalmente ser fracos o bastante para ter medo e desanimarem diante de circunstâncias comuns às quais deveriam ser indiferentes, ou deveriam superar por meio da fé.
Para mim, aceitar as promessas puras de um Deus fiel e, a despeito de minha indignidade, ainda assim acreditar nelas é humildade.
Afastem-se, Eu rogo-vos, da incredulidade que imita a humildade, e busquem essa fé inabalável, a qual é a verdadeira mansidão aos olhos de Deus!
Há flores preciosas da Graça as quais são regadas constantemente pelas lágrimas do sofrimento, mas parece-me que o orvalho da consolação alcançaria este propósito da mesma forma. Que o Senhor possa visitá-las, e trazê-las para fora da terrível cova e do terrível lodo. Que elas tenham bom ânimo, pois o Senhor diz a elas – “Não temas. Não te assombres.”
Que se relembre, antes de terminarmos este ponto, que até os mais fortes dos servos de Deus estão sujeitos ao medo.
Os melhores dos homens são apenas homens na melhor das hipóteses, e os mais fortes dos homens são fracos se a mão poderosa de Deus é afastada por um tempo.
Precisamos ser como aqueles que apesar de terem sido abalados, nunca foram tirados de seu forte apego em Cristo. Embora possam ter tido alguns momentos de vacilo – ainda assim eles nunca ficaram desanimados a ponto de questionarem sua parte em Jesus.
Aqui está a minha esperança, minha alegria, meu descanso!
Eu olho para o peito de meu Salvador;
Vá embora, triste dúvida, medo ansioso!
Misericórdia é tudo que está escrito lá.”
Por que os filhos de Deus não devem ter medo? Há várias razões que justificam o mandamento de Deus. Vamos meditar em algumas delas.
É comumente pecaminoso ter medo ou desânimo porque tal estado de espírito quase sempre é resultado da incredulidade. Vocês já pensaram em quão grande pecado é a incredulidade?
Todo homem de confiança sente que tem o direito de ser acreditado. Ele fala com a honra de um homem honesto, e se você diz “eu não acredito em você,” esse reflexo não atinge você, mas sim a pessoa em quem você não consegue acreditar.
Não é a incredulidade um forte ataque a Deus, um crime de traição contra Ele?
E como poderiam seus próprios filhos dizer que não acreditam NELE?
Dúvidas e medos também geram pecado. Foi dito que Jeroboão pecou, e fez com que Israel pecasse – assim é a descrença. Ela traz centenas de outros pecados em suas costas. O homem que acredita em Deus lutará contra a tentação, mas o homem que não acredita Nele cairá em qualquer cilada.
Veja certo comerciante – ele encontra-se em dificuldade por conta de problemas nos negócios. Ele acredita em Deus, e diz “Eu acredito que Deus me sustentará nessa jornada se eu me mantiver na linha reta da integridade. Eu confio em Deus, e venha o que vier, não vou penhorar a minha reputação.” Então, aconteça o que acontecer, o caráter desse homem está a salvo, pois sua fé está firme.
A fé é o que segura o homem, da mesma forma que uma grande âncora segura um navio quando batem os ventos.
Acreditar que Deus não falhará com você o ajuda a desafiar a tentação.
Não temam, mais uma vez, pois isso machuca vocês. Nada pode te enfraquecer tanto, nada pode te deixar tão infeliz quanto ser uma pessoa desconfiada.
Se no tempo da dificuldade, aflição ou perda, a fé do homem Cristão o deixa feliz, resignado, contente com a vontade do Senhor – ora, até as mais grosseiras das mentes ímpias vêem o poder da Graça Divina! E isso pode os levar a refletir, e se perguntarem “Se há Graça como esta no mundo, por que eu não deveria tê-la?” e talvez eles a busquem e encontrem.
O que quer que haja vosso, deve haver ainda mais de Deus.
Não temas, porque eu sou contigo.” Muitas vezes o homem teme, por ter medo da solidão.
No sofrimento, há uma amargura com a qual nenhum estranho pode mediar. Uma parte da estrada para o Céu todo homem deve enfrentar sem nenhuma companhia, a não ser seu Deus. O Senhor dos exércitos é a melhor das companhias.
O Pai está com você, o Filho está com você, o Espírito Santo está com você, e o que isto significa? Significa que a Onipotência estará com você para ser a sua força! A Onisciência estará com você para ser a sua sabedoria! A imutabilidade estará com você para ser o seu auxílio – todos os atributos de Deus estarão com você para ser o seu tesouro. “Não temas, porque eu sou contigo.”
Outro medo atinge os homens, e consiste em se perder tudo que se tem no mundo.
Seus bens podem ir embora, mas o seu Deus não.
Outro medo que todo homem bom tem por vezes, a menos que ele seja sustentado pela fé, vem por um senso de fraqueza pessoal. “Eu tenho uma batalha para lutar, mas sou muito fraco. Eu tenho um trabalho para fazer para Deus antes de morrer, mas eu não tenho poder suficiente para fazê-lo.” Agora, vem a próxima palavra do texto, “Eu te fortaleço.” A força com a qual eu preciso realizar meu trabalho não está em mim. Se estivesse, terminaria em mim. Eu sei, com tristeza, quão pequena força existe nesses braços. Mas não existe nenhum homem na Terra que possa me dizer quanta força Deus colocará, se assim Ele quiser, nestes mesmos braços! Se Ele quisesse, poderia permitir que eu, um pobre, fraco e vacilante homem, derribasse os portões de Gaza, assim como fez Sansão no passado! Ele pode colocar a força de um gigante nos braços de uma criança, se assim Ele quiser. 
Havia um arbusto no deserto, nada de mais para se ver, nada a não ser um arbusto. Mas, ah, como ele brilhou em esplendor quando Deus veio até ele, e ele entrou em chamas e, ainda assim, não foi consumido! Deus pode vir a você, meu irmão, e a você, minha irmã, e fazer você brilhar em glória como o arbusto em Horebe. Ele pode tornar você tão forte, que poderá suportar qualquer coisa. Ele tem feito isso até agora. Se alguém tivesse dito a você, anos atrás, que você teria passado pelo seu último problema, você poderia ter dito “Eu nunca poderei suportar isto.” Mas você suportou. “Ah,” a sua descrença teria dito “esta será a minha morte.” Mas esta não foi a tua morte.
Agora, aqui vai uma palavra para os trabalhadores tímidos e fracos de Deus. “Eu te fortaleço.” Depois vem a próxima promessa consoladora, “E te ajudo.” Esta destina-se a contradizer o receio de que o socorro amigável falhará.
Reparem, pois, nesta palavra, “Eu te ajudo”. Eu não vou apenas dar força a vocês para lutarem sozinhos, mas eu vou colocar a Minha força também em outros homens e em Minha providência para ajudar você. Bem, você sabe o quão decisiva é a ajuda de Deus.
Quando o Senhor nos dá um trabalho para fazer, nós ficamos felizes em fazê-lo. Mas nossa força não é suficiente ao trabalho, e então sentamos e choramos – o que faz com que nosso Pai bendito leve adiante o trabalho e o pequeno homem também!
A última palavra do texto é, “E te sustento com a minha destra fiel.” Vários dos filhos de Deus têm o medo de um dia desonrarem a Cruz de Cristo, e num momento de desatenção escorregar. Esse é um medo muito natural, e em alguns aspectos, um medo muito apropriado.
Nós achamos que a tentação só quer nos pegar no nosso ponto fraco, e depois acabar conosco. Mas agora, novamente, eu peço para que vocês se agarrem a esta Palavra preciosa, “Te sustento com a minha destra fiel.” É a mesma mão que segura às estrelas em seu lugar. É a mão que segura o arco do Céu sem colunas, que sustenta ambos mar e terra. Ela não poderia segurar você?
Tenha fé! Deus está com você.
Que o Senhor abençoe sua vida!

FONTE:
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público      Sermão nº 930—Volume 16 do The Tabernacle MetropolitanPulpit, Original em inglês: Away with Fear Tradução:  Maria Eduarda Lyra Revisão: Daniel Campos Prova e diagramação: Armando Marcos Pinto Capa: Beatriz Rustiguel


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