O
medo paralisa e bloqueia sua vítima. Ele
limita a visão, pois prende a atenção em alguma situação que causa dor ou
aflição para a alma.
O
fato de você sentir medo, não significa que não tenha fé, porém é muito importante
a quantidade de tempo que você se permite senti-lo.
Segundo
escreveu Max Lucado: A presença do medo
não significa que você não tem fé. O medo visita à todos , mas faça do seu medo
um visitante, não um residente.
Não permita que ele se aloje em sua mente.
Deus,
o maravilhoso, bondoso e amoroso PAI afirma que você não tem motivos para temer
pois ELE está ao seu lado.
“Não
temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te
fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” ( Isaías 41:10.)
Você
tem fé suficiente para tomar posse dessa palavra e guarda-la como certeza em
sua mente e coração?
Crê
que Deus é capaz de cumpri-la e que ela foi dita a você?
Acreditar
que Deus não falhará o ajudará a vencer.
Boa
coisa é quando se consegue olhar para o sofrimento e confiar que o Senhor lhe dará
a consolação necessária, olhar para suas limitações e acreditar que aquilo que você
não consegue realizar, ou que você não pode mudar, Deus pode.
ELE
está lhe dizendo para não temer, pois está ao seu lado e o Todo poderoso é
a melhor companhia que você poderia ter. O fato de estar lendo esse texto é prova
de que assim aprouve a ELE para que soubesse que foi dita a você.
Portanto, amado do Senhor, quando o medo tentar penetrar sua mente, tenha fé, acredite que Deus é poderoso
para fazer muito mais abundantemente do que aquilo que você poderia pedir ou
pensar.
Abaixo
estão alguns trechos do sermão de Charles H.Spurgeon, que falaram grandemente ao
meu coração, espero que o Doce e Maravilhoso Espírito Santo de Deus lhe ajude a
compreender a profundidade dessa palavra...
LANCAI
FORA O MEDO – C.H.SPURGEON
Pregado na noite de domingo de 10 de abril de 1870
Por
Charles Haddon Spurgeon
No
Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres
“Não
temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te
fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10.
Para
quem são ditas estas palavras?
Essas
palavras foram evidentemente ditas pelo profeta, em nome de Deus, para os
escolhidos Dele. “Tu
és o meu servo, eu te escolhi.” Então, se você ou eu tivermos de encontrar
qualquer coisa que seja graciosa e confortável aqui, ela virá a nós, não nas
pisadas do mérito, mas sobre o terreno da Graça Soberana. Não será nossa porque
nós escolhemos Cristo, mas porque Ele nos escolheu. Nosso Pai celestial tem nos
abençoado com todas as bênçãos espirituais de acordo com a Sua escolha por nós
em Cristo Jesus desde antes da fundação do mundo. A escolha eterna é o poço do
qual flui toda a nascente da misericórdia.
Vocês
podem vir a este texto como uma criança que vai à própria mesa de seu pai, e
podem tirar dela toda forma de conforto para sustentar seu espírito.
O
povo escolhido de Deus do passado foi separado para Ele próprio, e os chamou
pela Sua Graça especial – com um chamado gracioso ao qual eles não puderam
resistir – e eles vieram imediatamente e se declararam do lado do Senhor.
Você
já foi chamado ao ponto de abandonar tudo por Cristo, ou está disposto a fazer
isso? Você abandonou seus antigos prazeres e antigas companhias? Agora é separado
para Cristo? Oh, se isso aconteceu, não deixe que nada o impeça de aproveitar
as riquezas desse texto, pois cada frase confortável dele pertence a você!
Lembre-se
que um servo não faz a sua própria vontade, pois logo chegaria ao seu limite se
carregasse todos os seus caprichos e desejos. Mas ele toma a sua orientação da
boca e dos olhos de seu mestre. Você submeteu sua vontade à vontade de Deus? Não
é mais governado por um espírito elevado e orgulhoso que chora, “Quem é o
Senhor para que lhe ouça a voz? Você deseja saber qual é a vontade de Deus, e
depois fazer apenas o que Ele propõe a você? Você considera sua maior honra ser
chamado um servo de Cristo? É por Ele que você vive? É a sua glória o seu maior
objetivo? Se sim, então vocês que estão dispostos a trabalhar podem vir e
banquetear sobre o texto, pois cada doce palavra dessas pertencem à vocês,
visto que vocês servem ao Senhor Jesus Cristo.
Oh,
temos tanto a ser gratos, e muito em que nos regozijarmos, pois a perseverança
é uma grande promessa e grande penhor da salvação final. “Ao vencedor, a coroa
da vida.” E a nós, como temos visto até agora, pertencem as promessas do texto.
O
texto pertence aos escolhidos de Deus. Aqueles que são Dele por terem sido
separados do mundo.
Vamos
discorrer o texto em três partes: Aqui está, em primeiro lugar, uma doença muito natural – o medo. Em segundo lugar, um comando contra o medo – “Não temas”. E em terceiro
lugar, a promessa de Deus em nos ajudar a superá-lo. E
essa promessa é dada de três ou quatro maneiras para que nós possamos expulsar
o medo com um chicote de várias correias.
Primeiramente,
somos lembrados DE UMA DOENÇA MUITO COMUM ENTRE OS BONS HOMENS – MEDO E
DESÂNIMO. Essa doença do medo veio ao coração do homem junto com o pecado. Adão
nunca teve medo de Deus, até o dia em que descumpriu o Seu mandamento. Quando o
Senhor Deus caminhava no jardim na viração do dia, e Adão ouvia os passos do
Todo Poderoso, ele apressava-se para entrar em comunhão com Deus, da mesma
forma que uma criança querida fala com um pai amoroso. Mas no momento em que
ele tocou o fruto proibido, ele correu e se escondeu.
É o pecado, a consciência do pecado, que “nos faz a todos
covardes”.
O medo que causa a escravidão nunca teria vindo ao nosso
espírito se nós não tivéssemos, antes de tudo, transgredido a Sua Lei. O pecado
é a mãe do medo que nos atormenta.
E, irmãos, o medo permanece nos homens bons porque o pecado
permanece neles. Se eles tivessem atingido a perfeição do amor, isso expulsaria
o medo, pois o medo traz tormento. Mas, uma vez que a carne ainda está neles, e
os desejos ainda se esforçam para comandar, até o mais santo dos povos de Deus
fica, às vezes, aflito com os escárnios do “filho da escrava”.
Na medida em que a Divina Graça cresce e aumenta em poder, o
medo diminui. E quando o pecado for cortado pela raiz e seus ramos forem tirados,
então, nem dúvida, nem medo irão nos maltratar novamente. Tira-nos dessas casas
de barro. De uma vez nos livrará de todo o pecado que nos habita – e nossos
espíritos irão buscar a Deus como as faíscas procuram o sol.
Mas até então, desde que por motivo de fraqueza, o pecado
prevaleça às vezes, o medo também prevalece, e nós somos tristemente
humilhados.
O medo, vindo com o pecado, sendo sustentado por ele, logo
encontra alimento com o qual vai viver. Deixe que o fiel olhe para dentro de
si, e, meus irmãos, ele só precisa fazer isso por um momento para encontrar
razões abundantes para ter medo. “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para
dentro do coração ainda propenso a vaguear “Eu não vou seguir o meu caminho.”
“Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para o pecado, “eu vou tropeçar, eu não vou
perseverar até o fim.”
A
Graça está ali, é verdade, mas o medo cega a melhor natureza, e fixa seu olhar
somente no corpo dessa morte.
Suponho
que, se qualquer um de nós pudesse ver o seu próprio coração da maneira como
ele realmente é, enlouqueceria. Mas a Fé olha para todas as ruínas da queda e
acredita que o sangue de Cristo trará a vitória. Pois “onde abundou o pecado,
superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim
também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.
Mas
o Medo diz, “Eu um dia cairei nas mãos do inimigo. Um barco tão fraco como o
meu nunca vai conter a enchente e resistir à tempestade, mas sim sofrer um
naufrágio no fim de tudo.” E depois, meus irmãos, se o Medo encontrar alimento
dentro, logo irá encontrar alimento fora. Às vezes é pobreza, doença, às vezes
é a recordação do passado e, tão frequentemente, temor do futuro. Até aqueles
que têm fé em Deus podem ocasionalmente ser fracos o bastante para ter medo e
desanimarem diante de circunstâncias comuns às quais deveriam ser indiferentes,
ou deveriam superar por meio da fé.
Para
mim, aceitar as promessas puras de um Deus fiel e, a despeito de minha
indignidade, ainda assim acreditar nelas é humildade.
Afastem-se,
Eu rogo-vos, da incredulidade que imita a humildade, e busquem essa fé
inabalável, a qual é a verdadeira mansidão aos olhos de Deus!
Há
flores preciosas da Graça as quais são regadas constantemente pelas lágrimas do
sofrimento, mas parece-me que o orvalho da consolação alcançaria este propósito
da mesma forma. Que o Senhor possa visitá-las, e trazê-las para fora da
terrível cova e do terrível lodo. Que elas tenham bom ânimo, pois o Senhor diz
a elas – “Não temas. Não te assombres.”
Que
se relembre, antes de terminarmos este ponto, que até os mais fortes dos servos
de Deus estão sujeitos ao medo.
Os
melhores dos homens são apenas homens na melhor das hipóteses, e os mais fortes
dos homens são fracos se a mão poderosa de Deus é afastada por um tempo.
Precisamos
ser como aqueles que apesar de terem sido abalados, nunca foram tirados de seu
forte apego em Cristo. Embora possam ter tido alguns momentos de vacilo – ainda
assim eles nunca ficaram desanimados a ponto de questionarem sua parte em
Jesus.
Aqui
está a minha esperança, minha alegria, meu descanso!
Eu
olho para o peito de meu Salvador;
Vá
embora, triste dúvida, medo ansioso!
Misericórdia
é tudo que está escrito lá.”
Por
que os filhos de Deus não devem ter medo? Há várias razões que justificam o mandamento
de Deus. Vamos meditar em algumas delas.
É
comumente pecaminoso ter medo ou desânimo porque tal estado de espírito quase
sempre é resultado da incredulidade.
Vocês já pensaram em quão grande pecado é a incredulidade?
Todo
homem de confiança sente que tem o direito de ser acreditado. Ele fala com a
honra de um homem honesto, e se você diz “eu não acredito em você,” esse
reflexo não atinge você, mas sim a pessoa em quem você não consegue acreditar.
Não
é a incredulidade um forte ataque a Deus, um crime de traição contra Ele?
E
como poderiam seus próprios filhos dizer que não acreditam NELE?
Dúvidas
e medos também geram pecado.
Foi dito que Jeroboão pecou, e fez com que Israel pecasse – assim é a
descrença. Ela traz centenas de outros pecados em suas costas. O homem que
acredita em Deus lutará contra a tentação, mas o homem que não acredita Nele
cairá em qualquer cilada.
Veja
certo comerciante – ele encontra-se em dificuldade por conta de problemas nos
negócios. Ele acredita em Deus, e diz “Eu acredito que Deus me sustentará nessa
jornada se eu me mantiver na linha reta da integridade. Eu confio em Deus, e
venha o que vier, não vou penhorar a minha reputação.” Então, aconteça o que
acontecer, o caráter desse homem está a salvo, pois sua fé está firme.
A
fé é o que segura o homem, da mesma forma que uma grande âncora segura um navio
quando batem os ventos.
Acreditar
que Deus não falhará com você o ajuda a desafiar a tentação.
Não
temam, mais uma vez, pois isso machuca vocês. Nada pode te enfraquecer tanto,
nada pode te deixar tão infeliz quanto ser uma pessoa desconfiada.
Se
no tempo da dificuldade, aflição ou perda, a fé do homem Cristão o deixa feliz,
resignado, contente com a vontade do Senhor – ora, até as mais grosseiras das
mentes ímpias vêem o poder da Graça Divina! E isso pode os levar a refletir, e
se perguntarem “Se há Graça como esta no mundo, por que eu não deveria tê-la?”
e talvez eles a busquem e encontrem.
O
que quer que haja vosso, deve haver ainda mais de Deus.
“Não temas, porque eu sou contigo.” Muitas vezes o homem teme, por ter medo da solidão.
No
sofrimento, há uma amargura com a qual nenhum estranho pode mediar. Uma parte
da estrada para o Céu todo homem deve enfrentar sem nenhuma companhia, a não
ser seu Deus. O Senhor dos exércitos é a melhor das companhias.
O
Pai está com você, o Filho está com você, o Espírito Santo está com você, e o
que isto significa? Significa que a Onipotência estará com você para ser a sua
força! A Onisciência estará com você para ser a sua sabedoria! A imutabilidade
estará com você para ser o seu auxílio – todos os atributos de Deus estarão com
você para ser o seu tesouro. “Não temas, porque eu sou contigo.”
Outro
medo atinge os homens, e consiste em se perder tudo que se tem no mundo.
Seus
bens podem ir embora, mas o seu Deus não.
Outro
medo que todo homem bom tem por vezes, a menos que ele seja sustentado pela fé, vem por um senso de fraqueza
pessoal. “Eu tenho uma batalha para lutar, mas sou muito fraco.
Eu tenho um trabalho para fazer para Deus antes de morrer, mas eu não tenho
poder suficiente para fazê-lo.” Agora, vem a próxima palavra do texto, “Eu te
fortaleço.” A força com a qual eu preciso realizar meu trabalho não está em
mim. Se estivesse, terminaria em mim. Eu sei, com tristeza, quão pequena força
existe nesses braços. Mas não existe nenhum homem na Terra que possa me dizer
quanta força Deus colocará, se assim Ele quiser, nestes mesmos braços! Se Ele
quisesse, poderia permitir que eu, um pobre, fraco e vacilante homem,
derribasse os portões de Gaza, assim como fez Sansão no passado! Ele pode
colocar a força de um gigante nos braços de uma criança, se assim Ele quiser.
Havia um arbusto no deserto, nada de mais para se ver, nada a
não ser um arbusto. Mas, ah, como ele brilhou em esplendor quando Deus veio até
ele, e ele entrou em chamas e, ainda assim, não foi consumido! Deus pode vir a
você, meu irmão, e a você, minha irmã, e fazer você brilhar em glória como o
arbusto em Horebe. Ele pode tornar você tão forte, que poderá suportar qualquer
coisa. Ele tem feito isso até agora. Se alguém tivesse dito a você, anos atrás,
que você teria passado pelo seu último problema, você poderia ter dito “Eu
nunca poderei suportar isto.” Mas você suportou. “Ah,” a sua descrença teria
dito “esta será a minha morte.” Mas esta não foi a tua morte.
Agora, aqui vai uma palavra para os trabalhadores tímidos e
fracos de Deus. “Eu te fortaleço.” Depois vem a próxima promessa consoladora,
“E te ajudo.” Esta destina-se a contradizer o receio de que o socorro
amigável falhará.
Reparem, pois, nesta palavra, “Eu te ajudo”. Eu não vou apenas
dar força a vocês para lutarem sozinhos, mas eu vou colocar a Minha força
também em outros homens e em Minha providência para ajudar você. Bem, você sabe
o quão decisiva é a ajuda de Deus.
Quando o Senhor nos dá um trabalho para fazer, nós ficamos
felizes em fazê-lo. Mas nossa força não é suficiente ao trabalho, e então
sentamos e choramos – o que faz com que nosso Pai bendito leve adiante o
trabalho e o pequeno homem também!
A última palavra do texto é, “E te sustento com a minha destra fiel.” Vários dos filhos de Deus
têm o medo de um dia desonrarem a Cruz de Cristo, e num momento de desatenção
escorregar. Esse é um medo muito natural, e em alguns aspectos, um medo muito
apropriado.
Nós achamos que a tentação só quer nos pegar no nosso ponto
fraco, e depois acabar conosco. Mas agora, novamente, eu peço para que vocês se
agarrem a esta Palavra preciosa, “Te sustento com a minha destra fiel.” É a
mesma mão que segura às estrelas em seu lugar. É a mão que segura o arco do Céu
sem colunas, que sustenta ambos mar e terra. Ela não poderia segurar você?
Tenha fé! Deus está com você.
Que o Senhor abençoe sua vida!
FONTE:
Traduzido de http://www.spurgeongems.org/vols16-18/chs930.pdf
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de
domínio público Sermão nº 930—Volume
16 do The
Tabernacle MetropolitanPulpit, Original em inglês: Away with
Fear Tradução: Maria Eduarda Lyra Revisão: Daniel Campos Prova
e diagramação: Armando Marcos Pinto Capa: Beatriz Rustiguel
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